A revista The Lancet, uma das mais importantes do mundo do ponto de vista da divulgação científica, publicou um artigo de seis autores denunciando a “necropolítica” do governo de Jair Bolsonaro, neste sábado (13). “A ideia de necropolítica, que descreve como as condições de risco, doença e morte operam seletivamente em favor das políticas econômicas neoliberais, reflete as narrativas nutridas que afetaram predominantemente as populações pobres, negras e indígenas”, diz o artigo.
“Na periferia do mundo, a Covid- 19 ampliou especialmente as consequências deletérias das políticas de austeridade”, ressalta. “Em meio a uma crise que não é apenas econômica, mas também política e ética, o Brasil tem se destacado por suas desastrosas ações governamentais na batalha contra a Covid-19: a tentativa frustrada de privatizar a atenção básica durante a pandemia, a ausência de um plano de resposta nacional completo, falhas logísticas graves na campanha de vacinação e o forte negacionismo científico na alta administração do governo”, afirma.
“Enquanto os EUA, o Reino Unido e outros países aumentaram os gastos sociais em resposta à pandemia, o governo brasileiro optou por fortalecer políticas econômicas que impossibilitaram grande parte da população de se isolar adequadamente do contato físico – 40% da força de trabalho do Brasil é empregada no setor informal”, continua. “No Brasil, as políticas monetárias direcionadas ao setor financeiro somaram cerca de US $ 230 bilhões, enquanto as iniciativas fiscais voltadas para os impactos sociais da pandemia receberam menos da metade desse montante”, ressalta o estudo. As informações são do Brasil 247.
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