O médico Andrade Lopes Santana, de 32 anos, que estava desaparecido desde o dia 24 de maio, e foi encontrado amarrado a uma âncora foi enterrado no final da manhã deste sábado (29), no cemitério paroquial de Araci, cidade onde ele morava na região nordeste da Bahia.
Um cortejo foi realizado na manhã deste sábado em despedida ao médico e foi acompanhado por uma multidão. O carro com o corpo do médico saiu da casa onde ele residia, parou na Câmara de Vereadores e seguiu para o cemitério, onde Andrade foi enterrado.
O desejo da família era cremar o corpo de médico, mas como ele foi vítima de um crime, deve ser enterrado. O corpo de Andrade Lopes Santana foi encontrado no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, na manhã da última sexta-feira (28). Horas depois, o colega dele, identificado como Geraldo Freitas, foi preso. O homem foi o responsável por registrar o desparecimento do amigo na delegacia de Feira de Santana.
Geraldo estudou medicina com Andrade, em uma faculdade na Bolívia. Concluído o curso, os dois se mudaram para o interior da Bahia, para trabalhar. ‘Dr Junior CBA, como Geraldo é conhecido, foi capturado em sua residência, no bairro Santa Mônica, em Feira de Santana. Nas redes sociais, conforme levantamento do Informe Baiano, o homem gostava de exibir fotos com revólver e até submetralhadora. E foi justamente uma arma de fogo que teria motivado o crime.
Familiares e amigos do médico morto revelaram em áudios divulgados em grupos de WhatsApp que ‘Dr Junior CBA’ vendeu uma pistola ‘Glock’ para a vítima, mas depois voltou atrás e pediu a arma de volta. Andrade, então, teria cobrado R$9 mil, o que gerou a desavença e o homicídio bárbaro. O acusado ainda consolou e ajudou os parentes de Andrade após o crime.
Investigações
De acordo com o delegado Roberto Leal, que é coordenador de polícia na região de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Araci, o suspeito chegou a receber os familiares da vítima, que moram no Acre, quando eles chegaram na Bahia. Ele informou ainda que a polícia investiga se há participação de outras pessoas, além da motivação do crime.
“Até o presente momento é uma incógnita para nós”, disse Roberto Leal. De acordo com os peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), foi constatado um disparo de arma de fogo na nuca e uma corda no braço amarrada a uma âncora para o corpo não emergir nas águas do rio Jacuípe.
O delegado informou que a polícia começou a suspeitar de Geraldo Freitas após contradições apresentadas no depoimento. Depois, foi identificado que ele foi quem comprou a âncora encontrada com o corpo da vítima. Ainda segundo a polícia, o suspeito e a vítima tinham combinado de andar de moto aquática. A versão apontada pelo colega de Andrade na delegacia era a de que o amigo tinha comentado que sairia para comprar a moto, o que foi descartado.
Uma moto aquática foi encontrada no condomínio onde o suspeito foi preso, no início da tarde de sexta-feira, em Feira de Santana. A mãe de Andrade, Dormitília Lopes, contou que já esperava receber a notícia de que o filho estava morto quando viajou para acompanhar as investigações na Bahia.
“Desde o desaparecimento dele até hoje, quando encontramos o corpo, eu já sabia que ele estava morto”, disse. Já a tia do médico, Maria Lopes, pediu justiça pelo crime.
Desaparecimento
Andrade havia desaparecido na segunda-feira (24), depois de sair de Araci, a 220 km de Salvador, com destino a Feira de Santana. Natural do Acre, o médico se mudou para a Bahia em 2016, para exercer a medicina. Ele trabalhava como psiquiatra em uma unidade de saúde de Araci e em mais outras três cidades baianas.
Ele saiu de casa sozinho, pouco depois de meio-dia de segunda, para comprar uma moto aquática e encontrar com um amigo, no Rio Jacuípe, em Feira de Santana. O amigo disse que ele chegou a enviar uma mensagem que dizia que tinha entrado na cidade. Desde então, não foi mais visto e nem deu notícias.
O veículo dirigido pelo médico foi achado por policiais rodoviários na região de Conceição do Jacuípe, na BR-101, no mesmo dia em que ele desapareceu. O carro estava ao lado de um barranco, trancado e sem marcas de acidente.
As informações foram dadas por amigos, que procuraram a polícia, pois o médico não tinha parentes na Bahia. O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Feira de Santana, pelo amigo de Andrade, que foi preso.
Na madrugada de quinta-feira (27), a mãe dele, Domitília Lopes, e mais seis pessoas da família, chegaram em Feira de Santana, para acompanhar as investigações sobre o desaparecimento do médico. As informações são do site G1 e so Informe Baiano.