A ‘live’ da última quinta-feira (29) em que Jair Bolsonaro prometeu apresentar provas de fraude nas eleições, e que não apresentou prova alguma, contou com a participação de um homem identificado pelo presidente apenas como “Eduardo, analista de inteligência”.
Ele seria o responsável por expor as supostas evidências, já desmentidas, de que há fraude nas urnas. Após a transmissão ao vivo, veio à tona que o “analista de inteligência” é Eduardo Gomes da Silva, assessor especial do Ministério da Casa Civil.
Ele foi nomeado para o cargo pelo então titular da pasta, general Luiz Eduardo Ramos, em abril deste ano. Além de assessor de ministério, Eduardo é coronel da reserva do Exército, tendo se graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negra, instituição onde também estudou Bolsonaro.
O “analista de inteligência” na live é o Cel Eduardo, de artilharia, meu colega no curso de Estado-Maior, 3a + moderno.
Na ativa, defendia ostensivamente a candidatura Bols/Mourão nas redes e me destratava qdo eu, na reserva, criticava ativismo político de oficiais na ativa.
— Marcelo Pimentel JS (@marcelopjs) July 30, 2021
“Militante bolsominion”
Pelas redes sociais, o também coronel da reserva Marcelo Pimentel revelou que fez um curso militar com Eduardo Gomes, e que o atual “analista de inteligência” do governo faria postagens pró-Bolsonaro nas redes sociais quando ainda era da ativa.
“O ‘analista de inteligência’ na live é o Cel Eduardo, de artilharia, meu colega no curso de Estado-Maior, 3a + moderno. Na ativa, defendia ostensivamente a candidatura Bols/Mourão nas redes e me destratava qdo eu, na reserva, criticava ativismo político de oficiais na ativa”, escreveu Pimentel.
“Não sei se o Eduardo serviu no CIE ou se tem o curso Avançado de Inteligência, mas como ‘analista’ é um excelente militante ‘bolsominion’ de um Exército cada vez mais… (complete vc, senão posso ser injustamente punido novamente)”, disse ainda o militar.
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Não sei se o Eduardo serviu no CIE ou se tem o curso Avançado de Inteligência, mas como “analista” é um excelente militante “bolsominion” de um Exército cada vez mais… (complete vc, senão posso ser injustamente punido novamente).
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— Marcelo Pimentel JS (@marcelopjs) July 30, 2021
Gomes teria sido transferido para a reserva recentemente e suas supostas postagens pró-Bolsonaro teriam sido feitas em 2018, durante a campanha eleitoral.
A legislação prevê que militares da ativa não podem fazer manifestações políticas. Este, inclusive, foi o mote para o processo disciplinar aberto em junho pelo Exército Brasileiro contra o general Eduardo Pazuello por ele ter participado de um ato político com Bolsonaro em maio.
O processo, no entanto, foi arquivado e colocado sob sigilo por 100 anos. A redação é do site da Revista Fórum.
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Ou será q, em vez de “analista”, está sendo “agente” de Intlg p/ajudar na construção da percepção do “Golpe” pela opinião pública, de modo a facilitar objetivos políticos do Partido Militar (ser aplaudido qdo evitar o “golpe” e “salvar” o Brasil de seu “inimigo n. 1”) ?
Fim
— Marcelo Pimentel JS (@marcelopjs) July 30, 2021