Em meio ao colapso econômico no Brasil, com inflação alta, juros subindo e 15 milhões de desempregados, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tirou uma velha desculpa da cartola para explicar sua desastrosa ação junto ao governo Jair Bolsonaro na área: culpar o ex-presidente Lula.
Em entrevista a Daniel Rittner e Cristiano Romero, publicada na edição desta segunda-feira (16) do Valor Econômico, Guedes culpou Lula e a antecipação da corrida presidencial, protagonizada principalmente pelo chefe, Bolsonaro, pela alta de juros.
“De um lado, Lula (PT) aparece à frente nas pesquisas eleitorais. De outro, a reação aqui dentro é a tentação de jogar o Bolsa Família para R$ 400, o mercado especulando se vamos furar o teto. Não tem nada que ver com a realidade econômica. É um efeito colateral da guerra política, da antecipação eleitoral. Isso leva alguns atores a cometerem excessos, mas logo vem outro e penteia o cabelo de todo mundo”, alegou
Na sequência, indagado se há risco de golpe, o ministro de Bolsonaro respondeu prontamente: “Zero”. Guedes ainda afirmou que a desconfiança do mercado em relação ao governo furar o teto de gastos se dá principalmente pela possível eleição de Lula e pelo medo de que Bolsonaro eleve demais o Bolsa Família por causa da eleição.
“O que faria essa ruptura? Uma crise política. Uma parte é desinformação porque muita gente não entendeu a questão dos precatórios, por exemplo, e outra parte é antevisão do problema político. É uma leitura de que, se vier o Lula, fura-se o teto. E de que o Bolsonaro, para bater o Lula, levará o Bolsa Família a R$500 ou R$600. Não é isso que estamos fazendo. Toda informação tem um sinal. O barulho deste momento é: ‘Olha os precatórios! O governo vai dar calote’”. A redação é do site da Revista Fórum.