Debater as questões ambiental, agrária e os retrocessos na democracia brasileira. Esse foi o assunto principal debatido entre o grupo de 11 pessoas, entre parlamentares, sindicalistas e lideranças indígenas, oriundos de diversos países latino-americanos, dos Estados Unidos e da Europa, com lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e parlamentares brasileiros, entre eles Valmir Assunção (PT-BA). O encontro aconteceu nesta quarta-feira (18), em Brasília. O grupo está no Brasil desde o último dia 17 de agosto e faz parte da Internacional Progressista (IP), frente internacional que atua para fortalecer a democracia em diferentes países, com o objetivo de ampliar, organizar e mobilizar associações e movimentos sociais para a promoção da solidariedade, sustentabilidade e igualdade.
Os membros da frente ficam no Brasil até o final de agosto e, além de Brasília, devem visitar o Pará e Minas Gerais. “Um encontro de construção de análises e alianças em prol da defesa da solidariedade entre os povos. Trocamos relatos e experiências acerca da luta pela terra, território e contra o racismo no território brasileiro em um contexto de retrocessos na democracia em diversos países no mundo, além do avanço de um capitalismo cada vez mais financeirizado, excludente sob o projeto político neoliberal. A presença de pessoas que atuam no Congresso estadunidense, além de membros de movimentos indígenas e sindicais latino-americano, dos EUA e da Europa também possibilita essa troca inclusive numa atuação institucional entre mandatos parlamentares”, aponta o deputado Valmir Assunção.
O petista baiano esteve ao lado dos também parlamentares federais Nilto Tatto (PT-SP), João Daniel (PT-SE) e da secretária de Movimentos Populares do PT, Lucinha Barbosa. De acordo com o integrante da coordenação nacional do MST, Luiz Zarref, o cenário brasileiro da paralisação da reforma agrária e o aumento da violência e das violações dos direitos humanos contra trabalhadores do campo e da cidade motiva a organização popular. “Ainda mais durante o Governo Bolsonaro, é preciso que movimentos sociais se fortaleçam em sua organicidade e busca de solidariedade nacional e internacional em uma grande frente de combate às mais diversas desigualdades sociais”, disse Zarref.
O meio ambiente e ataques aos direitos camponeses e de povos tradicionais foram os temas que mais motivaram observações por parte dos membros do IP. Nesse contexto, o papel conservador do Congresso Nacional brasileiro e a organização da Bancada Ruralista foram objetos de preocupação. Segundo Matt Kirkegaard, coordenador de Movimentos da Internacional Progressista, o encontro com o MST foi de aprendizado. “Coletamos informações que nos ajudam não só a ampliar as possibilidades de interação e solidariedade internacional, mas que também coletivizam mecanismos de enfrentamento do sistema capitalista internacional, que promove retrocessos de direitos nos mais diversos povos e movimentos sociais ao redor do mundo”, afirmou.
A Internacional Progressista nasceu em dezembro de 2018 e atua desde então. Entre os membros da IP destacam-se o norte-americano Noam Chomsky, a canadense Naomi Klein e o brasileiro Fernando Haddad. Para saber mais sobre a entidade basta acessar o site https://progressive.international/ .