O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) voltou a cobrar justiça e punição para os assassinos de dois professores em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. São 12 anos de impunidade do crime que chocou o município. Dois docentes da rede municipal de ensino foram brutalmente assassinados em setembro de 2009. Álvaro Henrique e Elisney Pereira eram sindicalistas e atuavam por melhorias no ensino e por melhores condições de trabalho. Assunção também pediu celeridade no julgamento do caso.
“Esse crime não pode ficar impune. Duas famílias destroçadas, enquanto os acusados estão livres, aguardando julgamento, a ser realizado por júri popular. Além disso, houve queima de arquivo. O motorista do mandante do crime e um dos executores foram assassinados também. Uma outra testemunha foi baleada com 12 tiros. Inadmissível que tenhamos de engolir, mais uma vez, a impunidade neste país”, declara indignado o deputado federal petista.
De acordo com informações, Álvaro Henrique, antes de ser morto, havia tomado posse como presidente do Sindicato de Educação (APLB). No mesmo período, ele estava em negociação salarial com o município e denunciava também irregularidades do uso do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) pela prefeitura. Um dos suspeitos de cometer o assassinato foi preso, no entanto os mandantes jamais foram julgados.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA), após investigação, apontou o ex-secretário de Governo e Comunicação, Edésio Lima, como mandante do crime, além de dois policiais militares que faziam a segurança do ex-prefeito apontados como os aliciadores. Os relatos dizem que o professor Álvaro recebeu uma ligação de sua mãe que, forçada pelos criminosos, disse que estava passando mal. Álvaro então convidou o professor Elisney para seguirem juntos até o sítio, onde residia, quando foram recebidos a bala, sem chances de defesa.
Este ano, a APLB-Sindicato realizará entre os dias 16 e 17 de setembro o 12º Congresso da Educação de Porto Seguro. A programação inclui diversas mesas de diálogo e o debate dos impactos da pandemia na educação pública e a pesquisa científica. Ao final do Congresso, uma carreata está programada e um ato está previsto no Trevo do Cabral, justamente para relembrar o assassinato dos professores e a execução do júri popular dos mandantes deste bárbaro crime. As informações são de assessoria.