Quarto alimento mais consumido no mundo, a batata tem um papel significativo na alimentação de diversos países e na economia brasileira. Logo, qualquer enfermidade que danifique o legume pode ser um prejuízo para o produtor rural. Embora algumas soluções tenham sido propostas pela comunidade científica, com o passar dos anos o problema ressurgiu com uma maior severidade.
Uma das enfermidades é o sarna comum, causada por fitopatógenos do gênero ‘Streptomyces’, que acomete as plantações quando o tubérculo está em fase de acolhimento, sendo a espécie de batatas mais afetada. A doença danifica a parte externa da batata, causando uma necrose superficial, que não altera a quantidade da produção, mas afeta seu valor de comercialização.
Este problema começou, há um tempo, a afetar áreas de cultivo de batatas na Chapada Diamantina. Com isso, o agrônomo John Silva Porto percebeu a necessidade de pesquisar maneiras alternativas e eficazes de se controlar o fitopatógeno, em pesquisa desenvolvida no Doutorado em Agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Através de um estudo científico, o agrônomo percebeu a necessidade de buscar um método de controle destes fitopatógenos de modo a reduzir os danos causados nas plantações de batatas. A proposta buscava, sem o uso de agrotóxicos, manter o equilíbrio ecológico e a saúde de quem consome a batata.
Com isso, o pesquisador pensou em testar o uso do ‘controle biológico’, isto é, uso de outros microrganismos, chamados de não patogênicos, no combate de um que seja prejudicial para a plantação. Ao notar que o uso dos fundos pertencentes ao gênero ‘Trichoderma’ e a espécie bacteriana ‘Bacillus subtilis’ apresentavam resultados positivos, surgiu a ideia de pesquisar a eficácia do método de controle nas plantações de batatas.
“É muito positivo o emprego do controle biológico na agricultura, é um método de controle novo, que ainda está se desenvolvendo no mercado agrícola e tem as vantagens de reduzir o uso dos pesticidas no meio rural agrícola”, destaca Porto.
Testes laboratórios identificaram que os compostos fabricados pelos fungos e bactérias dos gêneros acima apresentaram um controle maior sobre o fitopatógeno ‘Streptomyces’, considerado o grande vilão das plantações de batatas. Esse estudo, defendido em 2019, portas para a produção científica em torno da temática. Em contrapartida, ainda existem outros aspectos que podem ser desenvolvidos.
Jornal da Chapada