Em menos de uma semana o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) voltou a debochar das vítimas da Covid-19. Desta vez, o escárnio desumano se deu durante conversa com os jornalistas momentos antes do início da leitura do relatório final da CPI.
Ao ser questionado sobre os crimes imputados ao seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e como ele recebeu a informação, o senador debochou. “Ele recebeu da seguinte forma, conhece aquela gargalhada dele ‘hahahahaha’… não tem o que fazer diferente disso”, respondeu o 01.
https://twitter.com/GeorgMarques/status/1450824274814672896
O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) reagiu ao tomar conhecimento da postura do senador e afirmou que o futuro dele é “a cadeia”.
Flávio Bolsonaro chama parentes de vítimas da Covid de “militantes”
O filho primogênito do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), gravou um vídeo nesta segunda-feira (18) chamando os familiares de vítimas fatais da Covid-19 que foram prestar depoimento na CPI do Genocídio de “militantes”.
No vídeo, de pouco menos de dois minutos, a única preocupação do homem investigado pelo Ministério Público por suspeitas de chefiar um esquema de rachadinhas é de defender o pai, citado dezenas de vezes na gravação.
Após um dia de emoção e revolta no Senado Federal, quando o Brasil ficou conhecendo detalhes do drama de alguns concidadãos que tiveram suas vidas destroçadas pela pandemia provocada pelo Sars-Cov-2, negligenciada pelo governo federal e alvo de investigação pelos parlamentares, as palavras de Flávio provocaram indignação nas redes sociais pelo tom de desumanidade.
A cadeia te espera, Flávio Bolsonaro. Você e sua família. #CPIdaCovid pic.twitter.com/UDMSqdal8R
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) October 20, 2021
Relatório final da CPI acusa Bolsonaro de crimes contra a humanidade
O relatório final da CPI da Covid vai indiciar o presidente Jair Bolsonaro por ter cometido três crimes contra a humanidade: no caso de Manaus, quando a população foi utilizada como experimento para testar a cloroquina; no caso da Prevent Senior; e em crimes os povos indígenas.
Em entrevista coletiva antes da leitura do relatório final, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que o crime contra a humanidade permanece e que houve acordo entre os todos os líderes da Comissão.
“Nós pacificamos entendimento. Sobretudo com relação a permuta do indiciamento por genocídio contra indígenas, que foi substituído por mais um tipo de indiciamento de crimes contra a humanidade e pela retirada do crime de genocídio em função da sua qualificação e de termos aceitos argumentos técnicos do senador Alessandro Vieira”, revelou.
Com relação a pessoas indiciadas, foi retirada apenas o nome do pastor Silas Malafaia. Ao final, ficaram 69 pessoas indiciadas.
Questionado novamente sobre a retirada da tipificação por crime de genocídio contra o presidente Bolsonaro, Calheiros afirmou que o tipo de crime foi trocado por mais um indiciamento por Crime contra a humanidade.
“O genocídio não foi retirado, ele foi trocado por mais um indiciamento de crime contra a humanidade. Ele (Bolsonaro) será indiciado por crime contra a humanidade na questão da Prevent Senior, Manaus e agora, também, dos povos indígenas. O que foi retirado foi o crime de homicídio e aproveitei a oportunidade para agravar ainda mais esse crime, qualificá-lo ainda mais, por que estende a sua pena para 30 anos”, explicou. Com informações da Revista Fórum.