O Assentamento Jaci Rocha, localizado no município de Prado, no Extremo Sul da Bahia, será o tapete vermelho do cinema brasileiro neste sábado dia (06) com exibição do filme “Marighella”, do diretor Wagner Moura que é uma adaptação do livro “Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo”.
Trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra das dez regiões da Bahia já estão se organizando para prestigiar esse momento histórico, que ocorre em uma região onde o MST vem sofrendo cotidianamente com os ataques de grupos bolsonaristas.
São esperados cerca de 1200 trabalhadores e trabalhadores em uma megaestrutura no assentamento para receber os atores, convidados, amigos e jornalistas para participar da programação, que já inicia nesta sexta (05) com a Jornada da Juventude Campo e Cidade e da Feira Agroecológica Egídio Brunetto.
Programação
De acordo com a direção do MST na Bahia, a exibição do filme será um ato da resistência do povo camponês, já que o Movimento acredita que o cinema, e a cultura como um todo, não podem ser um privilégio de poucos, nem tão pouco contar a história de uma pequena população. Essa premissa também faz parte da construção do próprio filme.
No sábado (06) o público contará com uma agenda diversa de atividades que segue com a Plenária dos Povos Tradicionais e Originais, o Ato Político em Defesa da Reforma Agrária, o plantio de 2 mil mudas de árvore no Bosque Carlos Marighella, o lançamento da biografia de José de Abreu e o momento aguardado por todos: a exibição do filme de “Marighella”. O longa-metragem será exibido em uma área aberta e livre para o público.
Vindo diretamente do Assentamento União, localizado no município da Candeias, na região metropolitana da Bahia, o agricultor camponês Ademilton Lima viajou 747 km até o local. “Muita expectativa em participar de um momento tão importante como esse que marca a luta e resistência do legado Carlos Marighella no cinema brasileiro dentro de área de assentamento agroecológico que sofreu a ofensiva do governo no ano passado”, explicou.
“Aguardamos ansiosamente para assistir o filme e certamente reacenderemos a mística da luta e rebeldia, além de retirar grandes lições que nos ajudarão a enfrentar as injustiças deste governo”, concluiu Lima.
Há uma grande expectativa das famílias Sem Terra da Bahia para assistir parte da história de um lutador revolucionário que lutou bravamente contra o regime autoritário da ditadura militar. A trajetória de luta de Marighella serve de inspiração para as famílias acampadas e assentadas, que diante da conjuntura política precisa resistir em um país com um governo de caráter autoritário. Com informações do MST.