Jair Bolsonaro declarou, nesta terça-feira (9), o que a maioria das pessoas já sabia ou, pelo menos, desconfiava: ele tem um forte aliado dentro do Supremo Tribunal Federal. Sem disfarce, ele disse: “Hoje, tenho 10% de mim no STF”.
A referência é ao ministro Kassio Nunes Marques, indicado por ele em outubro de 2020. O amigo do presidente assumiu vaga na Corte em substituição a Celso de Mello, que se aposentou.
“Eu indiquei um para o STF. Vamos considerar o presidente, que só em caso extremo tem uma participação mais ativa dele. São 10 que decidem lá; hoje, eu tenho 10% de mim no STF. Não é que eu mande no voto do Kassio, mas o que eu podia apresentar ao Senado, naquele momento, era o Kassio”, afirmou, durante entrevista ao jornal da Cidade Online.
Bolsonaro ainda defendeu a atuação de Nunes Marques em votações relacionadas a pautas conservadoras. “Quando se fala em pautas conservadoras, ele já pediu vista de muita coisa que tem que a ver com conservadorismo, porque, se ele apenas votasse contra, ia perder por 8 a 3, ou 10 a 1. Você não quer perder. Queremos ganhar o jogo ou empatar. Ele está empatando esse jogo”, acrescentou o presidente.
“Se eu for reeleito, vou botar mais dois com o perfil parecido com o André (Mendonça)”. O presidente mencionou, ainda, a polêmica envolvendo sua segunda indicação ao STF: do ex-advogado-geral da União. André Mendonça, que aguarda a sabatina no Senado há quatro meses.
“Queria que as pessoas que estão contra o André falassem que estão contra por algum motivo, mas elas não têm. Estão contra pela independência dele, talvez pela religiosidade, ou porque o voto dele não seja o preferido. O grande problema sou eu, não é ele. Se eu for reeleito, vou botar mais dois com o perfil parecido com o André. Não que sejam evangélicos, o evangélico eu estou com o compromisso agora, eu estou pagando e me sinto muito bem”, afirmou Bolsonaro. Com informações do Metrópoles.