Em uma audiência que durou aproximadamente oito horas, o ex-diretor Marcius Melhem e a humorista Dani Calabresa se encontraram pela primeira vez desde que começaram as denúncias de assédio sexual e moral por profissionais da emissora contra ele.
A sessão foi feita de forma virtual e faz parte do processo que Melhem abriu contra Calabresa, onde pede indenização por danos morais e materiais de R$ 200 mil, além do ressarcimento do tratamento psiquiátrico que o ator fez entre fevereiro e dezembro de 2020, no valor de R$ 46.400.
A peça jurídica alega que as acusações de Dani Calabresa causaram “grave sofrimento moral e psíquico”. Há também um pedido de retratação pública por parte da atriz. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na “Folha de S. Paulo”, participaram da audiência atores, atrizes, roteiristas, diretores e outros profissionais globais, como testemunhas de acusação e de defesa.
Tanto Dani quanto Melhem puderam assistir a todos os depoimentos, mas não tinham autorização para dirigir a palavra às testemunhas e nem um ao outro. Apenas os respectivos advogados, e o juiz, podiam questionar os depoentes.
Melhem é acusado de assediar sexualmente pelo menos oito mulheres, todas colegas de trabalho do humorista. As denúncias vieram à tona a partir das revelações de Dani Calabresa, que acusa Melhem de ter tentado beijá-la à força e ter tirado o pênis para fora da calça enquanto pressionava a humorista na parede do banheiro.
A piauí diz ter ouvido 43 pessoas, em conversas presenciais, virtuais ou por meio da troca de mensagens de texto ou áudio. Entre elas, duas vítimas de assédio sexual de Marcius Melhem, sete vítimas de assédio moral e três vítimas dos dois tipos de assédio, o sexual e o moral.
Em sua defesa, Melhem afirmou que pode ter sido um “homem tóxico”, mas sustentou que jamais teve “relação que não foi consensual” com outra mulher. Redação da Revista Fórum com informações da Folha de S. Paulo.