Jhonny Italo da Silva, de 18 anos, que foi algemado a uma moto e arrastado por um policial militar em vídeo que viralizou nas redes sociais, escreveu um bilhete para o Fantástico falando sobre o episódio. “Me senti humilhado, tive medo de morrer. Cometi um erro, mas não merecia ser humilhado”, disse.
Ele estava respondendo em liberdade a um processo por tráfico de drogas e foi pego transportando maconha após bater com sua moto. As imagens foram gravadas por uma pessoa, que ri e debocha da situação de tortura. “Filma aí! Algemou e está andando igual um escravo. Óia. Vai roubar mais agora?”, afirma no vídeo.
Em conversa com o Fantástico, a irmã de Jhnonny admitiu que ele estava errado, mas lamentou a postura do PM e as palavras de quem gravou o vídeo. “Não era certo o que ele estava fazendo, mas também não foi certo o que o policial fez com ele. Ali ele estava em um momento precisando de ajuda, e não de ser julgado”, afirmou Larissa.
A juíza Julia Martinez Alonso de Almeida Alvim, que atua no Departamento de Inquéritos Criminais do Fórum Barra Funda, na capital paulista, converteu a prisão de Jhnonny em preventiva. Ela disse que “não vê ilegalidade” na atitude bárbara do agente de segurança, que remete à escravidão.
O agente da Polícia Militar de São Paulo (PMESP), por sua vez, foi afastado das atividades de rua pelo comando da corporação. A ação arbitrária do policial foi registrada por motoristas que transitavam pela avenida Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello, em São Paulo, no último dia 30.
Nas imagens, gravadas por um motorista que passava pelo local, é possível ver que um homem negro está algemado à motocicleta do PM e é puxado com o veículo em movimento. O homem corre para não cair no chão. Redação da Revista Fórum.