O governador da Bahia, Rui Costa, anunciou que o estado irá reconstruir casas de vítimas das chuvas, mesmo que o estado não receba recursos federais. O anúncio foi feito através das redes sociais.
“Mesmo que não venham recursos federais, o Governo do Estado reconstruirá todas as casas e as cidades que foram destruídas com as chuvas na Bahia. Vamos estabelecendo prioridades e, ao longo de 2022, em parceria com os Municípios, nós vamos garantir uma moradia digna às pessoas”, escreveu o governador pelo Twitter.
Rui Costa também pediu que as pessoas atingidas pelas chuvas não reutilizem colchões atingidos pelas águas para evitar contaminações.
“Aproveito o alcance da rede social para fazer um apelo à população: não reutilizem colchões que foram encharcados pelas enchentes. Eles estão contaminados e podem transmitir doenças perigosas. Enviamos 5 mil colchões para a região e ontem determinamos uma compra ainda maior.”
Na noite de quarta-feira (29), o governador participou de uma reunião com prefeitos da região sul, a mais afetada pelas chuvas.
“Me reuni na noite de hoje [quarta] com prefeitos da região sul, uma das mais afetadas pelas enchentes dos últimos dias, e pedi agilidade no cadastramento das pessoas que perderam seus imóveis e no levantamento dos principais danos provocados pelas chuvas. Não vou ficar de braço cruzado esperando recurso. Vamos garantir auxílio financeiro e a reconstrução das cidades, rodovias estaduais e pontes”, disse o governador.
Recusa a ajuda da Argentina
O governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, negou o pedido do governador da Bahia, Rui Costa, para autorização do envio de ajuda humanitária da Argentina às cidades afetadas pelas chuvas no estado.
Na tarde desta quarta-feira (29), Rui Costa pediu autorização para a missão estrangeira por meio das redes sociais.
“Com a união de esforços, vamos superar este difícil momento. Agora, a missão argentina aguarda a autorização do Ministério das Relações Exteriores para que possam vir à Bahia. Agradeço aos argentinos e peço ao Governo Federal celeridade na autorização para a missão estrangeira”, escreveu.
“Na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o Governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos”, diz outro trecho do documento.
Ao todo, 24 pessoas morreram em decorrência das fortes chuva na Bahia. De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), 91.258 pessoas desabrigadas ou desalojadas e 629.398 pessoas foram afetadas pela chuva. O número de feridos aumentou de 358 pessoas para 434. Nesta quarta, 136 cidades estão sob decreto de situação de emergência.
Maior acumulado de chuvas em 32 anos
Segundo o governo do estado, a Bahia registrou o maior acumulado de chuvas para dezembro nos últimos 32 anos.
Itamaraju, no sul do estado, foi o município onde mais choveu no Brasil em dezembro deste ano, com 769,8mm de chuva, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Esse número representa mais que o quíntuplo da climatologia deste mês (148,0mm).
A climatologia da chuva entre setembro e dezembro em Itamaraju é de 499,7mm; em Ilhéus é de 434,4mm; e em Porto Seguro é de 507,7mm. Logo, nesse período, as chuvas nessas regiões estão bem acima da média.
Segundo o meteorologista do Inema, Mauro Bernasconi, o acumulado de chuvas tem relação com a formação de “corredores de umidade constantes”, que vêm da Amazônia, atualmente pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é uma faixa de nuvens que se estende do sul da região amazônica até a área central do Atlântico Sul. Com informações do g1 Bahia.