O comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Junior, afirmou em entrevista que irá prestar continência caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito presidente no lugar de Jair Bolsonaro (PL).
“Lógico. Nós somos poder do Estado brasileiro. A continência é um símbolo. Quando a gente entra nas Forças Armadas, a gente aprende que ela visa a autoridade. Nós prestaremos continência a qualquer comandante supremo das Forças Armadas, sempre”, afirmou.
Apesar de óbvia a resposta, a pergunta se tornou pertinente após os três anos de governo do capitão reformado do Exército em que os militares se voltaram aos holofotes da política. O tenente-brigadeiro-do-ar sempre é citado nos meios militares como o mais bolsonarista dos três chefes que ascenderam na ocasião. Ele dá de ombros.
“Não sei de onde saiu isso. Esse clichê me foi colocado uma hora depois da minha indicação”, disse à Folha em entrevista no seu gabinete, na quinta-feira passada (27).
FAB apartidária
Após afirmar isso, ele justifica suas postagens nas redes sociais: “Como comandante da FAB, sempre ratifiquei a posição apartidária da Força. Uma coisa é falar de política, outra é de política partidária”, diz.
Questionado ainda sobre o fato da FAB permitir que militares não vacinados contra Covid-19 trabalhem, desde que assinem termos, ele diz os protocolos de saúde são rígidos. Até dezembro, 93% dos 66 mil militares da Força haviam tomado ao menos uma dose, e 65%, as duas. Com informações da Folha.