De acordo com dados do Ministério da Saúde, reunidos pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Brasil tem, anualmente, cerca de 19 mil nascimentos gerados por mães adolescentes entre 10 e 14 anos. Apesar deste número representar uma queda de 37,2% no número de adolescentes grávidas, o país ainda está acima da média mundial. São 53 adolescentes grávidas a cada mil, enquanto no mundo são 41.
Por conta disso, que a partir do dia 1º de fevereiro se comemora a Semana Nacional de Combate a Gravidez na Adolescência, que busca esclarecer, desmistificar os métodos contraceptivos e aconselhar a população. Segundo a ginecologista e professora do curso de Medicina da UniFTC, Gabriela Romeo, o aconselhamento anticoncepcional deve fazer parte da consulta ginecológica, assim como, ela ressalta que os métodos contraceptivos devem ser abordados na consulta de uma forma prática e objetiva na faixa etária.
“É na consulta que vamos esclarecer dúvidas e trazer o melhor método para a realidade da paciente, individualizando cada adolescente. Até porque, não existem contraindicações dos métodos em relação a idade, mas alguns pontos precisam ser avaliados, para evitar, principalmente, a descontinuidade do método”, explica a especialista.
Que completa: “Os de longa duração, como DIU e implantes, são bem aceitos e não têm a desvantagem de uma adolescente lembrar de tomar sua pílula, por exemplo. No entanto, qualquer método poderá ser utilizado e precisamos lembrar que, independente do método de escolha, a camisinha deve ser sempre estimulada e vir associada nestes casos para evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis”.
Gabriela destaca que a gravidez na adolescência traz muitos riscos, sendo ainda maiores em pessoas abaixo de 15 anos. “Os riscos são tanto para mãe, quanto para o bebê, como parto prematuro, abortamento e depressão pós parto”, esclarece.
Educação sexual – Outro ponto importante para se abordar na Semana Nacional de Combate a Gravidez na Adolescência é a importância da educação sexual nesta faixa etária, compreendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 10 e 20 anos. Segundo a psicóloga Tatiane Tavares, não existe nenhum tipo de ‘roteiro’ para que se possa estar fazendo o processo de educação sexual, mas alguns teóricos apontam sobre trazer questões relacionadas à sexualidade na medida em que as perguntas forem surgindo.
“Ou seja, quando a criança ou adolescente começa a trazer perguntas sobre família, bebês, gestação, seria o momento de iniciar essas conversas falando sobre a educação sexual. Não necessariamente os pais vão dar aula sobre os processos, o ato ou os métodos contraceptivos, mas eles podem trazer informações e, talvez, caso não se sintam confortáveis, o médico é a melhor opção. No caso das meninas, o ginecologista. Isso porque quando a gente priva o adolescente da informação, a gente não resolve o problema”, pontua a psicóloga, que também é professora da Faculdade UniFTC de Jequié. Com informações de assessoria.