Em janeiro, Bolsonaro acusou Moraes, que assume o TSE em agosto, de “querer o Lula presidente”. Fachin, que toma posse na presidência do TSE, já falou em cassar candidatura que propague fake news.
Dois dos principais alvos de críticas de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin estarão cara a cara com o presidente durante reunião no Palácio do Planalto marcado para o fim da manhã desta segunda-feira (7).
O compromisso, que consta na agenda oficial do Planalto, acontece entre às 11h30 e 12h e tem como pauta a “solicitação para entrega de convite da Solenidade de Posse de Presidente e Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral – TSE”. No entanto, a saia justa e o clima de constrangimento deve reinar na sala da Presidência da República.
Principal alvo da horda bolsonarista, Moraes assume a presidência do TSE em agosto de 2022 e vai comandar o tribunal durante as eleições presidenciais que deve ser decidida entre Bolsonaro e Lula (PT).
No dia 12 de janeiro, em entrevista ao site bolsonarista Gazeta Brasil, Bolsonaro voltou a atacar o TSE e disse que Moraes e atual presidente da corte, Luís Roberto Barroso, “são defensores do Lula, querem o Lula presidente”.
Após recuar ao chamar Moraes de “canalha” no ato golpista de 7 de Setembro na Avenida Paulista, Bolsonaro tem voltado a incitar movimentos contra a corte eleitoral. Na sexta-feira (4), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) voltou a defender o voto impresso, atacar as urnas eletrônicas.
Em um vídeo publicado em seu stories do Instagram nesta quinta-feira (3), o deputado chegou a dizer que “no passado, se alguém escondesse um papelzinho, até comesse o papelzinho com o voto de um candidato, haviam testemunhas pra assistir aquilo e denunciar”.
“Hoje em dia”, prosseguiu, “eu pergunto pra vocês, se houver qualquer fraude com relação à contagem dos votos, quem é que vai poder saber disso? Ninguém”, concluiu.
Fachin, que classificou como “lamentável” a participação de Bolsonaro nos atos golpistas de 7 de Setembro é criticado pelos bolsonaristas por ter devolvido os direitos políticos a Lula. O ministro também impôs uma série de derrotas a Bolsonaro como a derrubada da alíquota zero para armas.
Fachin, que assume a corte eleitoral no dia 28 – com Moraes como vice – já falou em cassação de candidatos que se utilizarem de métodos para espalhar fake news nas eleições de 2022.
Segundo Fachin, “a desinformação tende, sem dúvida, a impactar de forma muito negativa os processos eleitorais. Em primeiro lugar, prejudica o direito de escolha, na medida em que obsta o acesso a informações adequadas”. A linha defendida por Fachin é a mesma de Moraes. Com informações da Revista Fórum.