Indignados com a decisão do governador Rui Costa (PT) de permanecer no governo e do PT de ainda apresentar candidato próprio à sucessão estadual, deputados e outros políticos do PP passaram a defender o rompimento do partido com o PT e o desembarque imediato na chapa do adversário do DEM, ACM Neto.
“Não estava no script o governador ficar no governo”, disse uma importante fonte do PP muito ligada ao vice-governador João Leão, que dava como certa a posse no governo do Estado em abril próximo em decorrência da renúncia de Rui para concorrer ao Senado, motivo da primeira reviravolta na definição da chapa.
No partido, o acordo que levaria o senador Otto Alencar (PSD) a concorrer ao governo e Rui a disputar o Senado, entregando a gestão nos próximos oito meses, a contar de 1º de abril, a Leão era dado como tão certo que o vice já vinha convidando amigos para celebrar com ele a passagem do bastão no Palácio de Ondina.
Por este motivo, no momento em que Rui e Wagner decidiram que, devido à pressão do PT, a configuração da chapa mudaria de novo, os primeiros a serem procurados foram o deputado federal Cacá Leão, o ex-deputado Jabes Ribeiro e o ex-senador Roberto Muniz, um dos nomes cotados para ser indicado por Leão à vice de Otto.
Havia temor sobre como Leão reagiria à exclusão de seu nome nos acertos para a formação da chapa e nenhum dos três pode tranquilizar nem Wagner nem Rui a respeito da reação do vice. Antes de a chapa ser armada na configuração anterior, chegou a haver também rumores de que o próprio Cacá, se movimentou para fazer o pai governador.
Ele teria dado um ultimato ao grupo governista para entregar o governo a Leão sob pena de rompimento, o que o parlamentar acabou negando ao site Política Livre. O filho do vice tem relações com ACM Neto de amizade que são públicas. Neto, por sua vez, sempre deixou as portas abertas para uma eventual adesão de Leão.
A ideia de transformar Leão em candidato ao Senado em sua chapa sempre foi um sonho, dado o estrago que provocaria no grupo governista. Agora, os deputados do PP dizem que estar mais do que na hora de, diante da humilhação pública que está sofrendo, Leão decidir desembarcar do governo.
Eles também não descartam incentivos para que Leão celebre um acordo com o PSD, independentemente do PT, para decidir seu rumo de forma conjunta na sucessão estadual, se Otto topar. Avaliam que a medida destruiria definitivamente as chances de Rui e Wagner conseguirem eleger uma sucessor do PT no governo. A redação é do Política Livre.