Médicos do Hospital Universitário de Brasília elaboraram um laudo sobre o perfil psiquiátrico da comerciante Sandra Mara Fernandes, de 33 anos. A conclusão é que ela apresenta sinais de “transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica”.
Sandra está internada há quase 20 dias, desde que foi flagrada pelo marido, o personal trainer Eduardo Alves de Sousa, de 31 anos, mantendo relações sexuais com o sem-teto Givaldo Alves de Souza, de 48 anos, dentro do próprio carro, em Planaltina (DF). O homem em situação de rua foi espancado por Eduardo, conforme imagens de câmera de segurança.
A advogada Auricelia Vieira de Souza, representante legal do casal, não revelou se o fato poderá ser utilizado para reforçar a tese de que o homem teria se aproveitado do estado da fragilidade de Sandra.
“Seria leviano a gente antecipar qualquer tese. Nós confiamos no trabalho da polícia. É uma análise multidisciplinar. Nossa atuação é humanizada, graças a Deus. Em torno da violência sexual, há uma órbita de teses que podem ser exploradas, um aspecto por si só não pode ser tratado como palavras ao vento”, declarou a advogada, segundo reportagem de O Globo.
Ela lembrou que Sandra, ao dar entrada no hospital após o ocorrido, estava em choque e recebeu tratamento específico para vítimas de violência sexual.
O laudo, ainda segundo a advogada, foi feito para atender parâmetros médicos e jurídicos, porque é baseado no argumento de que Sandra pode ser representada pelo marido perante a Justiça.
O relatório médico informou que a comerciante, desde que deu entrada no hospital, apresenta “alucinações auditivas, delírios grandiosos e de temática religiosa, hipertimia (alteração de humor), falso reconhecimento, comportamentos desorganizados e por vezes inadequados”.
“Gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade”
No diagnóstico, os médicos mencionaram que Sandra demonstra um comportamento com “gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade”.
A advogada acrescentou que a comerciante continua internada, sem prazo para alta, porque, de acordo com ela, a cliente ainda precisa de cuidados de saúde física e mental.
Auricelia afirmou, ainda, que a doença psiquiátrica de Sandra não era de conhecimento de Eduardo, que vive com ela há cerca de três anos. Contudo, os médicos investigam possíveis sinais da doença manifestados antes do início do relacionamento do casal.
Por solicitação da Justiça, o laudo foi anexado ao processo que trata sobre proliferação de perfis fakes em nome de Eduardo e Sandra nas redes sociais. O documento foi uma exigência do juiz para que ela fosse representada por outra pessoa na ação, que agora, assim como o inquérito policial, corre sob sigilo. Com informações da Revista Fórum.