Em café da manhã com pastores no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (13), Jair Bolsonaro (PL) mentiu ao dizer que o Viagra comprado pelas Forças Armadas são para combate à hipertensão arterial e às doenças reumatológicas e minimizou a quantidade, segundo ele de 50 mil comprimidos do medicamento para militares da Marinha, Exército e Aeronáutica.
“As Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e também as doenças reumatológicas. Foram 30 e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha e não peguei da Aeronáutica. Mas, perfazia 50 mil comprimidos. Com todo o respeito, não é nada”, disse Bolsonaro ao lado de constrangidas Michelle Bolsonaro, primeira-dama, e Damares Alves, que deixou o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos para ser candidata ao Senado.
Bolsonaro disse ainda que “as Forças Armadas estão apanhando muito de ontem para hoje” por causa das compras do Viagra, sem citar as licitações para tônico capilar e para próteses penianas.
Em relação aos motivos da compra, Bolsonaro mente, já que a dosagem do medicamento usado para o combate à hipertensão é diferente daquele destinado à pessoas que buscam curar a impotência sexual.
O citrato de sildenafila comprado pelas Forças Armadas era disposto em doses de 25mg e 50mg, habitualmente dispensadas a pacientes em tratamento contra a disfunção erétil, a depender do grau da doença. Para quem sofre de Hipertensão Arterial Pulmonar, conforme a médica pneumologista Veronica Amado, ouvida pela reportagem do diário carioca O Globo, e de acordo também com a própria bula do Viagra, é de 20mg.
“A Sildenafila foi liberada em bula para hipertensão arterial pulmonar na dose de 20mg, que pode ser receitada de 8/8 horas até o máximo de quatro comprimidos de 8/8 horas. A programação terapêutica é feita com essa dose. Usar doses de 25mg (como a do Viagra) não traz impactos graves à saúde, porém, segue programação e posologias diferentes das estudadas, com doses excedentes ou inferiores às recomendadas”, explicou Veronica, que é coordenadora da Comissão de Circulação Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), ao Globo. Com informações da Revista Fórum.