O trabalho híbrido, onde o funcionário passa parte dos dias atuando fora da empresa, deve continuar mesmo após o fim da pandemia, gerando novos desafios para as empresas. Nesse momento, as companhias devem ficar atentas para fortalecer sua cultura para além de seus muros.
Para que isso possa acontecer de maneira eficaz, o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Bahia (ABRH-BA), Vitor Igdal, diz que o papel do RH é essencial. “O RH é o guardião da cultura da empresa, é a área responsável por comunicar internamente todos os princípios e valores da organização, começando pela etapa de recrutamento, ganhando mais força na fase desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais, até um potencial desligamento do colaborar. Independente do formato de trabalho, a cultura da empresa precisa estar presente em todos os processos de gestão”, explica.
De acordo com ele, fortalecer a cultura empresarial é essencial nesse modelo de atuação. “Se a empresa tem uma operação 100% remota ou híbrida, ela precisa construir estratégias, desenvolver planos de ação e adotar ferramentas que estejam alinhadas com a realidade e maturidade tecnológica das pessoas que compõe a organização. Para isso, é preciso que todos tenham as mesmas condições de acesso à informação e colaboração, independentemente de onde estejam”, reforça.
Tecnologia
A cultura do trabalho remoto está diretamente ligada à tecnologia. Para que o trabalho a distância possa ser realizado, é necessário que haja investimento em plataformas e sistemas para desenvolver as atividades.
“Ferramentas de comunicação também são essenciais para que os projetos sejam tocados de forma organizada e sem ruídos. Existem diversos recursos que podem ser utilizados, como o Slack, o Teams, o Zoom, o Trello, entre outros”, explica Vitor Igdal ao chamar a atenção para o seguinte: “apenas adotar ferramentas tecnológicas não faz a diferença. O foco precisa ser nas pessoas”.
Regulamentação
Uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Page Outsourcing aponta que 66,3% dos profissionais procuram por um trabalho que permita trabalhar remotamente, seja de forma parcial ou integral. Caracterizado como “prestação de serviços fora das dependências da empresa, de maneira preponderante ou híbrida”, o teletrabalho foi regulamentado, no fim de março deste ano por meio da Medida Provisória 1108/22.
De acordo com o Ministério do Trabalho, o normativo prevê que a modalidade tem, por objetivo, “modernizar a regulação existente na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”, além de “corrigir aspectos regulatórios que o uso maciço do teletrabalho durante a pandemia de Covid-19 evidenciou, como, por exemplo, aumentar as possibilidades de regimes híbridos de teletrabalho”.
Segundo as novas regras, é possível a contratação no teletrabalho por jornada; por produção; ou tarefa, possibilitando, conforme a contratação, o controle de jornada ou a flexibilidade na execução das tarefas. Com informações de assessoria.