A Corregedoria da Polícia Militar apontou que ao menos um dos três jovens negros mortos por policiais militares na comunidade da ‘Gamboa’, em Salvador, foi executado, conforme detalhes do processo sigiloso divulgado pela ‘Alma Preta Jornalismo’. O crime ocorreu na madrugada de terça-feira (1º) e o processo ainda será analisado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O laudo cadavérico de Cléverson Guimarães, uma das vítimas, aponta que ele morreu com um tiro disparado de cima para baixo e que antes do disparo, ele já tinha sido atingido por uma bala. Conforme a Corregedoria, Cléverson tinha vários registros de antecedentes criminais. A investigação também aponta o fato de Cléverson ter sido torturado por policiais um ano antes da morte, caso confirmado por meio de Boletim de Ocorrência, registrado no dia 16 de março do ano passado.
A Corregedoria compreendeu que também “há uma série de indícios de que as mortes não foram justificadas” na operação em Gamboa. A investigação revela ainda uma desproporcionalidade do uso da força por parte dos quatro policiais, que estavam em maior número de pessoas e de armas.
Além disso, duas das três armas apontadas como as que foram encontradas com as vítimas na Gamboa apresentavam dificuldade de manuseio para ser utilizada durante um confronto. Um revólver apresentava desajuste no mecanismo interno da arma e danos na parte externa e a outra pistola estava com a trava do percussor inoperante e sem a mola do tirante do gatilho.
Com isso, a Corregedoria da PM, em conjunto com a Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança Pública, recomendou a abertura de processo administrativo contra os quatro policiais envolvidos nas mortes de Patrick Sapucaia, de 16 anos, Cléverson Guimarães, de 22 anos e Alexandre dos Santos, de 20 anos. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) por sua vez, informou que o caso será analisado para a tomada das medidas cabíveis. Jornal da Chapada com informações de texto base de Alma Preta Jornalismo.