Diante da escalada de casos de varíola dos macacos no mundo, cientistas brasileiros formaram uma comissão para acompanhar os episódios da doença, que têm se espalhado com frequência. O avanço da doença deixou cientistas em alerta, já que é o maior número de casos visto fora da África, fator que sugere uma cadeia de transmissão atípica.
A Câmara Técnica Temporária é coordenada pela RedeVírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e os sete cientistas vão montar um plano para estruturar a rede de saúde para quando os primeiros casos surgirem no Brasil. “Temos condições de detectar esse vírus. Por enquanto, não temos motivo para pânico”, diz a virologista Giliane Trindade, que faz parte do grupo.
“A gente está vendo o perfil de disseminação desse vírus por países da Europa, já chegou aos Estados Unidos, ao Canadá, em Israel. Então existe um risco iminente da entrada dele no Brasil”, afirma Trindade, que é professora e pesquisadora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e especialista em poxvirus (tipo de vírus que, em vertebrados, causa erupções cutâneas).
Até a noite de sexta-feira (20), segundo documento compartilhado pelos países, haviam 143 casos notificados, entre suspeitos e confirmados, sendo que a maioria deles estão localizadas em Portugal, Espanha e Reino Unido. Entretanto, Israel, Austrália e Estados Unidos, fora do continente europeu, também já têm casos registrados.
Também durante o dia de ontem, a Alemanha informou o primeiro caso da varíola dos macacos, em um brasileiro de 26 anos.
Doença
Varíola dos macacos é uma infecção viral rara, semelhante à varíola humana, embora mais leve, registrada pela primeira vez na República Democrática do Congo, na década de 1970. O número de casos na África Ocidental aumentou na última década.
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham pelo corpo.
De acordo com autoridades de saúde espanholas, a doença não é particularmente infecciosa entre as pessoas, e a maioria dos infectados recupera-se em algumas semanas, embora casos graves tenham sido relatados. Com informações do UOL e da Agência Brasil.