O ministro da Saúde Marcelo Queiroga discursou na manhã desta segunda-feira (23) na Organização Mundial da Saúde (OMS) e fez do momento palanque para defender o governo Bolsonaro e afirmar que a gestão federal trabalha contra a corrupção no sistema de saúde público.
Em sua fala, Queiroga omitiu o número de mortos pela Covid-19 no Brasil, comemorou o resultado da política de combate à pandemia – sem citar as inúmeras vezes em que Bolsonaro foi contra todas as políticas de prevenção a Covid – e declarou que o governo federal elencou com prioridade a luta contra a corrupção no Sistema Único de Saúde (SUS).
Marcelo Queiroga ignorou todas as pautas da reunião, tais como a negociação de um novo tratado global contra pandemias, não falou sobre a reforma da OMS, regulamento sanitário internacional e ignorou a guerra na Ucrânia.
O ministro da Saúde não fez qualquer menção à principal mensagem da OMS, de que a pandemia não acabou e que em 70 países os números relacionados ao coronavírus voltaram a crescer. Antes do discurso de Queiroga, quem falou na tribuna da OMS foi o diretor-geral da organização, Tedros Ghebreyesus, que afirmo que a “a crise está longe de terminar”.
Palanque eleitoral
Além de ignorar as pautas da reunião, Marcelo Queiroga abordou assuntos que serão temas da campanha de reeleição de Bolsonaro, entre eles o aborto. Queiroga afirmou que o atual governo do Brasil “defende, de forma intransigente, a vida desde a sua concepção”, fala que vai de encontro às teses da OMS, que defende a descriminalização do aborto.
Sem citar que o governo do qual faz parte foi contra a maioria das políticas de prevenção ao coronavírus, Queiroga declarou que “desde o início da pandemia de Covid-19, o governo do presidente Jair Bolsonaro atuou para preservar vidas, conciliando o equilíbrio econômico e a justiça social”.
O ministro não falou dos resultados da CPI da Covid, mas afirmou que o governo atua contra a corrupção no SUS. “Combatemos a corrupção que retira oportunidades dos cidadãos acessarem o sistema de saúde, impedindo a realização de políticas públicas essenciais”. Redação da Revista Fórum com informações do UOL.