O município de Campo Formoso, na Chapada Norte, lidera a lista de municípios que mais perderam a vegetação natural na Caatinga, com perda de 80 mil hectares, segundo a rede colaborativa MapBiomas. No total, a Bahia já perdeu territórios que somam a extensão de 2 milhões de campos de futebol, valor que reflete na maior redução de hectares de formações savânicas da Caatinga entre todos os estados, de 1985 e 2020.
No total, a Bahia representa 16,96% do total de área queimada entre os nove estados em que o bioma se encontra e dos 10 municípios que mais perderam vegetação natural na Caatinga, oito são baianos. Após Campo Formoso, estão na ordem: Serra do Ramalho, Bom Jesus da Lapa, Itaberaba, Rodelas, Macururé, Queimadas e Jeremoabo. Completam a lista Petrolina, em Pernambuco, e Jaíba, em Minas Gerais. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a extensão do bioma é de 844.453 km².
A Chapada Diamantina é uma das áreas prioritárias citadas no estudo. Para o autor sênior do estudo e professor associado do Departamento de Ecologia da UFRN, Carlos Roberto Fonseca, a região é “uma das áreas mais importantes de toda Caatinga”. Isso porque das 350 espécies de plantas ameaçadas do bioma no Brasil, muitas se encontram no território baiano.
Uma única microrregião na Chapada abriga 106 espécies ameaçadas de extinção. “Em termos de números impactantes para a Bahia, descobrimos que uma pequena bacia hidrográfica perto da Chapada Diamantina tem 106 plantas ameaçadas de extinção. E esta área deve ter toda a atenção do governo estadual”, aponta.
Conforme estudo, a extinção é um dos efeitos do desmatamento e sem restauração das áreas, haverá o empobrecimento do solo e desaparecimento da Caatinga. Além disso, a agropecuária é a principal causa do desmatamento na Caatinga.
Jornal da Chapada com informações de Primeiro Jornal.