O FBI escreveu ao seu Centro de Reclamações sobre Crimes na Internet na última terça-feira (28) que vem recebendo múltiplas reclamações de pessoas que utilizavam informações roubadas e vídeos e vozes falsificados para se candidatarem a empregos remotos na área de tecnologia, segundo informações do site Gizmodo.
De acordo com o anúncio do FBI, mais empresas têm relatado pessoas se candidatando a empregos usando vídeos, imagens ou gravações que são manipuladas para parecer e soar como outra pessoa. Esses falsificadores também estão usando informações de identificação pessoal – identidades roubadas – para se candidatar a empregos em TI, programação, banco de dados e software.
O relatório observou que muitas dessas pessoas tinham acesso a dados confidenciais de clientes ou funcionários, bem como informações financeiras e de propriedade das empresas, o que poderia indicar que os impostores teriam a intenção de roubar informações sensíveis, bem como embolsar um salário.
O que não está claro, segundo o Gizmodo, é quantas dessas tentativas falsas de conseguir um emprego foram bem-sucedidas versus quantas foram apanhadas e denunciadas. Ou, em uma hipótese mais nefasta, se alguém garantiu uma oferta, recebeu o salário e foi denunciado.
Esses candidatos aparentemente estavam usando técnicas de falsificação de voz durante entrevistas on-line, onde o movimento dos lábios não correspondia ao que estava sendo dito durante as videochamadas, de acordo com o anúncio. Aparentemente, a farsa foi descoberta em alguns desses casos, quando o entrevistado tossiu ou espirrou, o que não foi detectado pelo software de falsificação de vídeo.
O FBI esteve entre várias agências federais a avisar recentemente as empresas de indivíduos q ue trabalham para o governo norte-coreano a candidatarem-se a posições remotas nas TI ou outros empregos tecnológicos em Maio. Nesses casos, os trabalhadores falsos concorrem frequentemente a vagas de trabalhos por contrato à distância através de sites como Upwork ou Fiverr, utilizando documentação e referências falsas.
Em casos como os descritos no relatório de maio das agências federais, alguns operadores falsos trabalharam em várias camadas de empresas de fachada, tornando muito mais difícil discernir sua identidade.
Embora a tecnologia tenha percorrido um longo caminho, algumas das tentativas mais amadoras de deepfakes geralmente resultam em vozes falsas que mal combinam com a boca dos falantes. Outros vídeos produzidos profissionalmente podem fazer uma tentativa muito melhor de gerar um humano que pareça real.
Perigos no período eleitoral
A ferramenta foi utilizada para burlar sistemas num colégio eleitoral da Flórida, em 2020. Desde então, quando utilizado de forma maliciosa, os vídeos podem causar impactos significativos para as pessoas que têm sua imagem alterada e isso ganha grandes proporções no ambiente virtual.
Portanto, é preciso se atentar aos vídeos compartilhados massivamente em redes sociais, principalmente os de cunho político, pois a tecnologia pode ser utilizada para manipulação de diversas formas. Jornal da Chapada com informações da Folha de Pernambuco e do Terra.