O vereador pelo Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro (PL-RJ), virou réu por importunação e assédio sexual. A Justiça do RJ acatou denúncia do Ministério Público (MP) feita no dia 14 de junho. O processo corre em segredo de justiça.
Monteiro foi alvo de inquérito aberto pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá (Deam-Jacarepaguá), que apura os crimes desde final de março.
Gabriel Monteiro também responde a processo no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar e pode ter o mandato cassado.
“Após análise do conjunto probatório, o autor foi indiciado pelos crimes de importunação e assédio sexual”, declarou a delegada Viviane Costa, titular da Deam-Jacarepaguá, em entrevista ao G1.
A investigação apurava denúncia de assédio sexual e importunação sexual contra a ex-assessora do vereador, Luiza Caroline Bezerra Batista, de 26 anos.
A promotora Lenita Machado Tedesco mencionou que a ex-assessora era frequentemente constrangida a participar de vídeos modificados, “não podendo deles reclamar”, pois sofria ameaças de demissão.
“Os roteiros de vídeos eram elaborados pela ofendida e por outros funcionários, porém o indigitado os distorcia e os transformava em roteiros de ‘cunho sexual’, ocasiões em que se aproveitava da situação para passar as mãos nos seios e nas nádegas da vítima”, diz um trecho do documento.
As revelações de Luiza foram feitas em uma reportagem do Fantástico, na Rede Globo. O material menciona beijos e abraços sem consentimento, cenas constrangedoras e carinhos “em todas as regiões do corpo”. Luiza foi assistente de produção de Monteiro e registrou queixa na polícia.
“Ele me abraçava por trás, dizia ‘te amo’, beijava o meu rosto, saía de pênis ereto. Cansou de passar a mão na minha bunda. Uma vez foi no carro, que ele começou pedindo para fazer massagem no meu pé. Puxou meu pé e fez massagem. Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber”, contou.
Ex-assessora pensou em suicídio e recorreu a um psiquiatra
Depois de sete meses trabalhando para o vereador, ela acabou procurando um psiquiatra.
“Eu queria tirar minha própria vida, porque eu me sentia culpada. Será que estou usando alguma roupa que está causando isso? Será que a culpa é minha de alguma forma? Aí eu começava a pedir a Deus para me levar”, desabafou Luiza. Com informações da Revista Fórum.