O ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe morreu nesta sexta-feira (8) aos 67 anos após ser baleado durante um discurso na cidade de Nara, no oeste do Japão. Segundo o secretário-chefe do governo, Hirokazu Matsuno, Abe foi atingido pelos disparos às 11h30, no horário do Japão.
A informação foi confirmada pela equipe médica do Hospital da Universidade de Medicina de Nara, onde o ex-premiê estava internado. Em entrevista coletiva, o chefe da equipe informou que ele foi declarado morto às 17h03, hora local (5h03 horário de Brasília).
A bala que atingiu Abe foi profunda o suficiente para atingir seu coração e ele chegou ao centro médico sem sinais vitais, afirmou, o funcionário do hospital.
O Corpo de Bombeiros de Nara informou à Reuters que o ex-premiê sofreu uma parada cardiorrespiratória antes de ser levado ao Hospital da Universidade de Medicina de Nara.
O atual primeiro-ministro Fumio Kishida disse que Abe estava em estado grave, “passando por tratamento de emergência por médicos que lutavam para salvar sua vida”. Ele condenou o tiroteio em Nara, e classificou o ataque como inaceitável aos fundamentos da democracia japonesa.
Segundo Nobuo Kishi, irmão mais novo de Abe e atual ministro da Defesa do Japão, o ex-premiê recebeu transfusão de sangue. A mulher de Abe já chegou ao centro médico, informou a NHK.
Um homem de 40 anos, suspeito do ataque, foi preso no local, segundo a NHK. Um repórter da emissora no local disse que eles ouviram dois estrondos seguidos durante o discurso de Abe.
Shinzo Abe, de 67 anos, é o primeiro-ministro que mais tempo ocupou o cargo no Japão. O membro do Partido Liberal Democrático (LDP) teve dois governos: entre 2006 e 2007 e 2012 e 2020. Conservador, ele deixou o cargo em agosto daquele ano por motivos de saúde.
Em setembro de 2007, ele renunciou de forma surpreendente depois do partido perder as eleições de julho daquele ano. Segundo Abe, ele deixou o cargo para tentar resolver um entrave envolvendo uma missão naval que apoiava operações militares dos Estados Unidos no Afeganistão.
Membros do alto escalão do governo afirmaram que problemas de saúde também foram decisivos para a saída. Em 2013, Abe estava à frente do país quando Tóquio foi eleita cidade-sede das Olimpíadas em 2020. Com informações da CNN Brasil.