Na ação que move contra a militante bolsonarista Antonia Fontenelle, a atriz Klara Castanho pede uma indenização de R$ 100 mil por danos morais. Fontenelle divulgou em suas redes informações sigilosas sobre uma criança recém-nascida que Castanho entregou para doação.
Após ser exposta, Klara Castanho teve de ir à público explicar que ela foi vítima de estupro e que, de acordo com os trâmites previstos em lei, ela entregou a criança para adoção.
No entanto, a bolsonarista Anotonia Fontenelle, além de cometer um crime ao divulgar informações sigilosas, acusou a atriz Klara Castanho ter cometido o crime de “abandono de incapaz”.
“Diante das gravíssimas ofensas comprovadas contra a autora, não restam dúvidas de que, no presente caso, estão preenchidos os pressupostos para condenar a ré ao pagamento de danos morais no valor de R$ 100.000,00”, diz a petição.
A defesa de Klara Castanho também entrou com pedido para que a Justiça mandasse retirar do ar os vídeos em que Fontenelle expõe o caso da atriz. Mas, a juíza Flávia Viveiro de Castro, da 2ª Varaa Cível da Barra, entendeu que acatar tal pedido seria “uma espécie de censura”.
O caso
O colunista de fofocas do Metrópoles, Leo Dias, e a apresentadora, Antonia Fontenelle, foram parar entre os assuntos mais comentados do Twitter neste domingo (26), com a hashtag “podre”, após revelarem que uma atriz da Globo teria gestado uma criança depois de ser estuprada e a entregado para a adoção.
A história começou quando Fontenelle contou em uma live que “uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção”. “Ela não quis olhar para o rosto da criança”, completou.
Embora não tenha citado a atriz nominalmente, os internautas imediatamente associaram a versão contada por Antonia à Klara Castanho. Após a declaração de Fontenelle repercutir, dezenas de internautas criticaram e apontaram “falta de responsabilidade” da atriz.
Leo Dias, por sua vez, afirmou em entrevista exibida no dia 16 de junho no “The Noite”, apresentado por Danilo Gentili, que sabia uma informação “inacreditável” sobre uma atriz e a “conta” dela iria chegar, pois o caso “envolve vidas”.
Após toda a pressão, Klara publicou uma comovente carta na sua conta do Instagram em que conta que foi estuprada e engravidou, mesmo tendo tomado pílula do dia seguinte. Ela diz que este foi “o relato mais difícil da minha vida”, e explicou que não queria tornar o assunto público, mas já que a adoção foi exposta, ela resolveu se pronunciar.
Klara Castanho explica que quando foi violentada sexualmente, ela não reportou o ocorrido à polícia por sentir “vergonha e culpa”. Acreditou que, ao “fingir” que o episódio não aconteceu, ela “talvez esquecesse”.
Ela destaca ainda que descobriu a gravidez ao passar mal e procurar um médico. Porém, o profissional que a atendeu não se solidarizou com sua dor e a violência sofrida, mesmo após revelar que foi estuprada.
Optou pela adoção
Klara optou pela doação do bebê que gerou e fez todos os procedimentos legais. Entretanto, quando teve a criança, ela diz ter sido ameaçada por uma enfermeira, que quis levar o caso a público por meio da imprensa.
Ela diz também que foi procurada por jornalistas, ainda no hospital, para questionar sobre a gravidez e a adoção, mas, ao explicar para eles que o filho foi fruto de uma violência, os repórteres se comprometeram em não publicar matéria a respeito. Até que o assunto explodiu por conta de Fontenelle e Leo Dias. Redação da Revista Fórum com informações d’O Globo.