A primeira-dama Michelle Bolsonaro mentiu durante a convenção do PL no último domingo (24) ao dizer que seu marido, o presidente Jair Bolsonaro (PL) “sancionou 70 novas leis de proteção à mulher”. De acordo com levantamento feito pelo Estadão, Bolsonaro sancionou 46 projetos, nenhum de autoria do seu governo, e vetou seis propostas que beneficiavam diretamente as mulheres. O Congresso derrubou dois desses vetos do presidente para fazer valer os projetos.
O Ministério das Mulheres e Direitos Humanos afirma que a primeira-dama se baseou numa lista produzida pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, comandada por uma aliada do governo, a deputada Celina Leão (Progressistas-DF). D
o total de 70 projetos, entretanto, 26 não tem relação direta com as mulheres. A lista inclui projetos como o que define como crime acusar falsamente um candidato nas eleições, seja qualquer distinção de gênero. “Falam que ele não gosta de mulheres e ele foi o presidente da história que mais sancionou leis para as mulheres, para proteção das mulheres. Setenta leis, setenta leis para proteção das mulheres”, disse Michelle na convenção do PL.
Distribuição de absorventes
Bolsonaro foi contra de forma integral ou parcialmente seis dos projetos aprovados pelo Congresso. Entre eles estão o que garante distribuição de absorventes a mulheres carentes e o que concedeu pagamento do auxílio emergencial em dobro para mulheres chefes de família durante a pandemia de covid-19.
Dados recentes do DataFolha mostram que Bolsonaro tem 21% da preferência das eleitoras, contra 49% do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A diferença de 28 pontos percentuais é uma das maiores registradas pelo instituto de pesquisa. Com informações do Estadão.