A investigação da Polícia Federal (PF) sobre os empresários que tiveram suas conversas vazadas em um grupo de Whatsapp onde defendiam um golpe de Estado em favor de Jair Bolsonaro traz alguns constrangimentos para o procurador-geral da República, Augusto Aras. De acordo com o site Jota, especializado em questões do Judiciário, fontes tanto na PF quanto no Supremo Tribunal Federal (STF) confirmam haver nos celulares troca de mensagens dos suspeitos com Aras.
Os comentários dizem respeito principalmente à candidatura de Jair Bolsonaro, bem como críticas ao trabalho do ministro do STF e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, rival de Bolsonaro. O ministro foi quem solicitou a operação que teve entre seus alvos os empresários Luciano Hang, dono da marca Havan, Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii e José Isaac Peres, da rede de shopping centers Multiplan.
As trocas de conversas podem prejudicar ainda mais a reputação de Aras, já apelidado entre lideranças da oposição como “engavetador-geral da República” por não dar andamento a diversas denúncias contra o presidente e seus aliados próximos. O procurador ainda corre o risco de atrair suspeitas por conta de sua proximidade com o empresário Meyer Nigri, um dos alvos da operação, a quem Aras prestou homenagem em diversas ocasiões.
A assessoria de comunicação de Augusto Aras afirmou que se tratavam apenas de mensagens superficiais, não tocando no assunto de operações policiais, e também que não teve conhecimento da busca e apreensão até esta terça-feira (23), já depois de deflagrada. Já o Jota alega que fontes ligadas a Alexandre de Moraes teriam informado à Procuradoria-Geral da República sobre a operação na véspera da execução. Com informações do Congresso em Foco.
Em nota divulgada nesta tarde, o próprio Alexandre de Moraes afirma que, ao contrário do que afirma Aras, a Procuradoria-Geral da República tinha sido, sim, informada sobre a operação.
Veja abaixo a nota do ministro: