A Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), nesta sexta-feira (26), às 14h, no Centro Cultural da Câmara, assina a ordem de início dos serviços relativos ao Termo de Colaboração nº 001/2022 para Pesquisa de Mapeamento, Contagem e Caracterização da População em situação de Rua de Salvador, em parceria com o Projeto Axé de Defesa e Proteção à Criança e ao Adolescente, com prazo para finalização dos trabalhos previsto para julho do próximo ano e a realização de 1400 entrevistas. Na ocasião, também será lançado o ‘Caderno de Forma – ação e Navegação Social, Volume II’, além da Exposição Fotográfica Caminhos do Cotidiano do Projeto Axé.
De acordo com o secretário da Sempre, Daniel Ribeiro, trata-se de um documento bastante esperado pela sociedade civil e pelo poder público e que dará um norte para a ampliação de políticas públicas voltadas para a população de rua. O secretário frisa ainda que a pandemia, conforme avaliado pelo trabalho em campo dos técnicos da Sempre, “inevitavelmente”, ampliou o número de pessoas em vulnerabilidade nas ruas da capital baiana.
“E, consequentemente, o termo de colaboração, que visa realizar uma pesquisa de mapeamento, contagem e caracterização das situações de vulneração e violações de direitos vividas pela população em situação de rua, ancorada justamente na necessidade de construção e monitoramento de dados validados e confiáveis que correspondam à realidade das pessoas de diferentes faixas etárias que estão nesta situação em Salvador, nos ajudará muito no quesito inclusão social”, frisou Ribeiro.
Último Censo Oficial – 2009
Em 2009, o programa ‘Salvador Cidadania’, desenvolvido pela então Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad), em parceria com o Ministério Público Estadual e a Fundação José Silveira, apresentou o último censo. De acordo com a pesquisa, na ocasião, 2.076 pessoas dormiam nas ruas de Salvador, sendo que a maioria deixou suas casas por conta da fragilização extrema dos vínculos familiares.
Dos 2.076 moradores de rua, apenas 66 não aceitaram participar da pesquisa que indicava também que 89,6% dessa população era originária da própria cidade de Salvador ou de municípios da Região Metropolitana. Dos 2010 recenseados, informava o censo, 285 declararam já ter passado por abrigos institucionais, 148 já estiveram internados em hospital psiquiátrico e outros 148 moradores de rua já haviam passado pela casa de detenção. Essa população, segundo dados do trabalho realizado pela Fundação José Silveira e Setad, vivia em áreas da cidade caracterizadas pela concentração do comércio e de outras atividades produtivas e pela maior circulação de pessoas e veículos.
A época, composta majoritariamente por homens (79,8%), a população em situação de rua de Salvador tinha, conforme a equipe técnica da pesquisa, sua condição de vulnerabilidade agravada pela falta de documentos básicos, indispensáveis para atos civis e ao exercício da cidadania política, como a carteira de identidade, certidão de nascimento e título de eleitor. Com informações de assessoria.