O ex-prefeito de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, Claová Barreto admitiu que a troca de comando da Polícia Militar na cidade ocorreu por perseguição política. Em entrevista à imprensa local, ele confessou que pediu ao governador Rui Costa (PT) a saída do comandante da PM no município, o capitão Costa Neto, pois, segundo o ex-prefeito, “a gente estava sentindo um posicionamento” do militar.
O pedido foi feito em uma reuinão com o governador, que tirou o capitão do cargo. “Colocamos também na pauta que teria que a gente pensar nessa mudança de comando. E assim foi feito. Pedimos ao governador que havia necessidade no momento, que não estava comungando com a sociedade de uma forma geral, não estava comungando com os momentos, com os eventos em Morro do Chapéu, e que havia necessidade, para quem sabe não criar atrito pior dentro que estamos vivendo, que é uma campanha política”, disse.
“A gente estava sentindo um posicionamento do comandante. E aí pedimos, o que é extremamente normal. Ele não perde emprego, não perde nada na vida, não perde a patente dele. Simplesmente mudou de uma cidade para a outra”, acrescentou.
O capitão Costa Neto tinha um trabalho reconhecido na cidade e atuava em parceria com a prefeita Juliana Araújo, que é opositora do atual governo. Este trabalho conjunto fez com que houve redução dos índices de violência na cidade, que ficou mais de um ano sem registrar homicídios. A população, inclusive, fez manifestações para protestar contra a saída do comandante.
A perseguição havia sido denunciada pelo ex-deputado José Carlos Araújo (PDT). “Morro estava na contramão da Bahia, que tem registrado aumento nos índices de violência. Será que o governador se incomodou com isso? Não podemos permitir que a segurança seja uma manobra de politicagem do mais baixo nível. O morrenses já se manifestam contra a decisão do governador e todos os protestos terão o meu apoio”, destacou.