A campanha do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou ao horário eleitoral do rádio e da TV propaganda em que mostra o ator Guilherme de Pádua, o goleiro Bruno e outros condenados e acusados por crimes que declararam apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Bolsonaro finge defender o cidadão de bem, mas só anda com gente do mal”, afirma o narrador da peça exibida na manhã desta sexta (14) no rádio e na televisão. “Assassinos, milicianos, criminosos. Cuidado, esse é o time Bolsonaro”, diz.
O vídeo mostra acusados ou condenados que, em algum momento, apoiaram Bolsonaro. Flordelis dos Santos de Souza, ré no caso do assassinato do marido, é uma das citadas. A deputada federal cassada aparece em uma foto com o atual presidente.
Guilherme de Pádua, condenado pela morte da atriz Daniela Perez, e o goleiro Bruno, condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, mãe de seu filho, também são citados na propaganda. Ambos divulgaram apoio a Bolsonaro.
Também aparecem no vídeo os ex-vereadores do Rio de Janeiro Dr. Jairinho, acusado de torturar e matar o enteado de 4 anos, e Gabriel Monteiro, denunciado por abuso de menores de idade.
O conteúdo ligando os condenados e acusados ao presidente foi compartilhado por contas de redes sociais que não as oficiais da campanha nos últimos dias.
A estratégia de utilizar ataques antes viralizados na internet tem sido adotada por bolsonaristas e petistas na eleição de 2022.
Primeiro, os ataques foram publicados em sites não oficiais das campanhas e compartilhados nas redes sociais de simpatizantes. Dias depois de gerarem engajamento e picos de buscas no Google, os temas foram levados às propagandas oficiais.
Bolsonaro, por exemplo, levou à propaganda na televisão e no rádio peça que liga a imagem de Lula à de presos. Foram usados resultados parciais em penitenciárias.
“Sabe onde Lula teve mais votos no primeiro turno das eleições? Nas cadeias e nos presídios”, afirma a apresentadora na peça repetida três vezes durante a primeira semana do horário eleitoral no 2º turno.
A Constituição Federal prevê o direito ao voto para o preso sem sentença final. Somente a condenação criminal definitiva suspende os seus direitos políticos.
Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 220 locais de votação foram instalados em unidades prisionais, com mais de 12 mil votantes registrados em 2022. Nem todos eleitores, porém, são presos.
Mesários e funcionários de estabelecimentos penais também estão registrados para votar nesses locais. Não há, então, como afirmar com precisão que candidato teve mais votos de detentos. Com informações do Folhapress.