Vídeos impressionantes de funcionários da concessionária que administra a BR-163 no município de Sorriso, em Mato Grosso, mostram a situação da base e pedágio logo depois do ataque terrorista realizado por 10 bolsonaristas golpistas na noite deste sábado (19).
“Quebraram tudo. Gasolina aqui em tudo. Fogo…, está quase explodindo. Vai explodir. Bora vazar”, diz um dos funcionários no vídeo. A base e o pedágio estão localizados entre Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.
As cancelas de pedágio foram quebradas. Os funcionários fugiram do local. Evacuada, a praça de pedágio da cidade de Sorriso está sem cobrança.
No vídeo, o funcionário descreve a ação: “Eram mais de dez. Estavam tudo armado. Eu pensando que era foguete. Os caras mandando eu sair: ‘sai, sai, corre, corre’. Entraram atirando.”
Ouça, no vídeo abaixo, a respiração ofegante de quem registra o relato. Em seguida, o autor do vídeo mostra uma viatura com perfurações de tiro no vidro dianteiro. O Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde foi acionado e combateu o incêndio. A Polícia Militar também esteve no local e a base foi atacada em meio à nova onda de bloqueios bolsonaristas nas rodovias federais.
Os homens encapuzados chegaram ao local atirando, atingindo uma viatura e a própria unidade. Em seguida, fogo em uma ambulância e um guincho. Aparentemente, ninguém se feriu.
Assista ao vídeo dos funcionários:
https://twitter.com/RomanoSilvaJr/status/1594206804120330241?t=8e8yFdIQjOVpd2jKLyvS_g&s=19
O ataque parece acontecer como uma reação à decisão do ministro do TSE e do STF Alexandre de Moraes, que determinou ao Banco Central em 12 de novembro o bloqueio das contas de dez pessoas e 33 empresas financiadoras dos bloqueios e atos golpistas. A decisão tornou-se pública na última quinta-feira (17). . Das 43 contas bloqueadas, 24 são exatamente de Sorriso, que é um dos principais centros das ações e financiamento das manifestações golpistas sob comando de setores do agronegócio e empresas transportadoras.
O UOL ouviu Felipe Dias Mesquita, delegado da PRF, que afirmou: “Isso já passou de ser um problema única e exclusivamente da Polícia Rodoviária Federal. Isso já está entrando em uma guerra civil e atitudes dos órgãos superiores precisam ser tomadas com urgência”.
Ele informou ainda ter acionado aeronaves para monitorar os deslocamentos dos manifestantes. Segundo ele, teria ocorrido durante o sábado uma reunião envolvendo representantes do Tribunal de Justiça do Mato Grosso e do MPF (Ministério Público Federal), para planejar um plano de ação. Redação da Revista Fórum com dados do Uol.