A equipe de transição do presidente eleito Lula (PT) debate a ideia da tarifa zero do transporte público, tema que pode ganhar força no Brasil a partir de 2023. Atualmente, estima-se que pelo menos 51 municípios já adotaram a medida. No entanto, nenhuma grande metrópole ainda colocou a política em prática.
“O presidente Lula pode dar apoio a essa ideia. Joguei o tema para ser debatido no grupo de trabalho das cidades. Meu papel é ajudar a convencê-lo da necessidade do direito de ir e vir. Assim como a população tem acesso à saúde gratuita e universal, acesso à educação, precisa ter acesso ao transporte”, afirmou o deputado federal eleito Jilmar Tatto (PT-SP), que integra a equipe de transição de governo.
Tatto defende a criação de um sistema integrado de mobilidade, a exemplo do SUS com a saúde, em que o governo federal possa enviar recursos para ajudar as cidades a melhorar a estrutura de transportes. Esse sistema incluiria a adoção de tarifa zero.
Uma mudança que poderia ocorrer para a proposta ser colocada em prática é relacionada ao vale-transporte. Atualmente, as empresas pagam o benefício aos trabalhadores que usam ônibus e trens. Uma das ideias para implantar o passe livre seria mudar esse modelo: os empregadores passariam a pagar ao governo uma taxa de transporte para todos os funcionários, sendo que o valor por empregado seria menor do que o gasto atual com o VT. Dessa forma, estima-se que mais empresas contribuiriam, o que aumentaria a arrecadação.
Especialistas também consideram ser possível a criação de uma cesta de várias fontes de recursos para custear a tarifa zero, como verbas de cobrança de pedágio, transferências federais, venda de certificados de potencial construtivo e cobranças que já existem de estacionamento na rua. As informações são da Folha de São Paulo.