O ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Anderson Torres, chegou ao Brasil às 7h28 deste sábado (14) e foi preso pela Polícia Federal (PF) ao desembarcar no Aeroporto de Brasília.
De forma discreta, agentes da PF abordaram o ex-ministro no aeroporto e o levaram à sede da Polícia Civil do Distrito Federal – que era comandada por ele – para passar por exame de corpo de delito, antes de ser levado à cadeia.
Em seguida, Torres foi encaminhado ao 4º Batalhão da PM, em Brasília. Ainda não está certo se ele irá para o presídio da Papuda ainda neste sábado.
Em uma ironia do destino, Torres viajou em um voo da empresa Gol identificado pelo prefixo GLO7749. GLO é a sigla para Garantia da Lei e da Ordem, uma medida invocada durante a Ditadura Militar e pedida pelos golpistas que provocaram atos terroristas em Brasília para tentar derrubar o governo Lula e alçar Bolsonaro de volta ao poder.
Anderson Torres é acusado de conivência com o ataque terrorista promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, já que, naquele dia, estava no cargo de secretário de Segurança Pública do DF e, portanto, era sua a responsabilidade de coordenar a ação policial para impedir o levante golpista.
Na manhã desta sexta-feira (13), o ministro da Justiça, Flávio Dino, deu um ultimato: caso Torres não se apresentasse até segunda-feira (16), o governo daria início a um processo de extradição.
O anúncio de Dino foi feito um dia após a PF divulgar que encontrou, em operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro, uma minuta de decreto, de quando ele era titular da Justiça do governo Bolsonaro, para encampar um golpe e anular o resultado da eleição vencida pelo presidente Lula.
Ao comprar a passagem aérea, o ex-secretário omitiu o sobrenome “Torres” para que ninguém soubesse que ele está retornando ao país e, assim, não criar alarde durante o desembarque. Com informações da Revista Fórum.