O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será novamente investigado pela prática do genocídio, ou seja, quando um mandatário age deliberadamente para o extermínio de uma determinada parcela da sociedade. Bolsonaro já havia sido acusado de genocida pela CPI da Pandemia, quando se aliou ao coronavírus e, consequentemente, levou milhares de brasileiros à morte.
Agora, Jair Bolsonaro será investigado pelo suposto crime de genocídio contra o povo Yanomami. A pedido do ministro da Justiça, Flávio Dino, a Polícia Federal abriu a investigação, que vai tramitar em Roraima. Dessa maneira, a PF abriu um inquérito para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu governo como um todo pelo crime de genocídio e omissão de socorro na assistência ao povo Yanomami.
Em ofício encaminhado ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o ministro da Justiça Flávio Dino menciona “os reiterados pedidos de ajuda contra a violência decorrente do garimpo ilegal, bem como a ausência de efetivas ações e serviços de saúde à disposição dos Yanomami”.
Para o ministro da Justiça Flávio Dino, os elementos levam à crer que houve uma possível intenção de causar lesão grave à integridade ou mesmo provocar a extinção do povo Yanomami. A Polícia Federal vai investigar se houve a participação ou omissão de ex-integrantes do governo federal; os envolvidos em toda a cadeia do garimpo ilegal, incluindo proprietários de equipamentos, garimpeiros, barqueiros, operadores de máquinas e até o piloto do avião que transporta envolvidos e produtos.
Lula se revolta com situação do povo Yanomami e manda recado para garimpeiros ilegais
O presidente Lula (PT) esteve neste sábado (21) em Boa Vista (RR) para tomar conhecimento da grave situação em que se encontra o povo Yanomami, que vive uma tragédia humanitária por causa do abandono e perseguição por parte do ex-presidente Bolsonaro.
Durante visita a um hospital indígena e à Casa de Saúde Indígena, em Boa Vista, o presidente Lula, tocado e revoltado com a situação do povo Yanomami, mandou um recado para os garimpeiros ilegais. “Não vai mais existir garimpo ilegal. Eu sei das dificuldades de tirar o garimpo ilegal. Sei que já se tentou e eles voltam. Mas nós vamos tirar”, avisou Lula.
Por meio de suas redes, Lula também afirmou que o eu governo vai trabalhar para “dar aos povos indígenas a dignidade que merecem”. “Vim aqui assumir um compromisso junto com nossos ministros. Vamos dar aos povos indígenas a dignidade que merecem. Na saúde, na educação, dar o direito de ir e vir. E vamos levar muito a sério o combate ao garimpo ilegal”, disse Lula.
Calamidade
O Ministério da Saúde declarou nesta sexta-feira (21) Emergência em Saúde Pública de Importância diante da necessidade d combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território Yanomami.
Por meio de suas redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou que a situação no território Yanomami “é grave”. Segundo Trindade, o Ministério da Saúde registrou 3 óbitos de crianças entre os dias 24 e 27 de dezembro e 11.530 casos de malária no último ano.
De acordo com nota emitida pelo Ministério da Saúde, “equipes do Ministério se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30,4 mil habitantes. O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos”. Com informações da Revista Fórum.