O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem trabalhando não só para intensificar as ações emergenciais em auxílio ao povo Yanomami de Roraima, bem como para adotar medidas mais duras contra os garimpeiros ilegais. O avanço do garimpo criminoso em áreas ao redor do território indígena, assim como o desmonte de políticas de saúde e falta de assistência por parte da administração de Jair Bolsonaro, culminaram em uma situação calamitosa, levando centenas de yanomami à morte, incluindo crianças, sendo que inúmeros estão internados e sofrendo com a desnutrição e outras doenças.
Nesta segunda-feira (30), com o objetivo de estabelecer uma força-tarefa para expulsar garimpeiros da região, Lula se reuniu com os ministros da Casa Civil, Rui Costa; Justiça, Flávio Dino; Defesa, José Mucio; Povos Originários, Sônia Guajajara; Direitos Humanos, Silvio de Almeida; Minas e Energia, Alexandre Silveira; Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, com a presidenta da Funai Joenia Wapichana e com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa.
Entre as medidas mais duras, Lula mandou cortar o tráfego de aeronaves do garimpo na região próxima ao território Yanomami. “As iniciativas visam combater, o mais rápido possível, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos. As ações também visam impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças”, diz nota divulgada pelo Palácio do Planalto após a reunião entre o presidente, ministros e o comandante da Aeronáutica.
A interrupção do tráfego aéreo da região, em última instância, pode levar, inclusive, a Força Aérea Brasileira (FAB) a abater aeronaves hostis que não obedecerem à ordem de pousar para a fiscalização, conforme previsto pela Lei do Abate. O objetivo do governo Lula é expulsar entre 20 e 40 mil garimpeiros ilegais dos arredores das terras indígenas em Roraima. “Vamos atuar firmemente e o mais rápido possível na assistência de saúde e alimentação ao povo Yanomami e no combate ao garimpo ilegal”, disse Lula após a reunião que constituiu a força-tarefa.
Outras medidas
Neste domingo (29), Lula divulgou um vídeo sobre o que viu no território Yanomami durante sua visita. “A tragédia com o povo Yanomami poderia ter sido evitada. O atual governo vai honrar o compromisso de cuidar e respeitar os indígenas. As ações emergenciais já estão em curso”, escreveu na publicação. Após a decretação de emergência de saúde pública, Lula criou o Comitê de Coordenação Nacional para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população. O plano de ação deve ser apresentado no prazo de 45 dias, e o comitê trabalhará por 90 dias, prazo que pode ser prorrogado.
O secretário de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde Weibe Tapeba, que ficou em Roraima e embarcou para Surucucu, disse que as equipes estavam fazendo uma verdadeira operação de guerra para resgatar os doentes. Na primeira semana, ao menos mil indígenas foram resgatados e atendidos. Na segunda-feira (23), 12 profissionais da saúde, vinculados à Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), chegaram a Roraima para reforçar os atendimentos na Casa de Saúde Indígena (Casai), unidade que enfrentava superlotação: havia 715 indígenas internados, o dobro da capacidade de 300 vagas. Redação da Revista Fórum.