As investigações da Polícia Federal contra Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação de Jair Bolsonaro (PL), estão paralisadas desde que houve suspeita de uma interferência do ex-presidente e de antigos membros da cúpula da corporação no caso.
A suspeita de interferência veio à tona no dia seguinte ao da prisão. Desde então, nenhuma outra diligência, como novas oitivas, foi realizada dentro das investigações. Também não houve qualquer análise dos arquivos e extratos obtidos após quebras de sigilo telefônico e bancário dos investigados.
A suposta interferência de Bolsonaro no caso veio após as mensagem do delegado do caso, Bruno Calandrini, enviada a colegas, e a divulgação de interceptação telefônica de Milton Ribeiro.
Em 22 junho de 2022, Ribeiro chegou a ser preso pela PF a partir de acusações de que havia um balcão de negociações no MEC (Ministério da Educação) com a participação de pastores sem cargo no governo.
Em conversa de 9 de junho de 2022 com uma filha, captada em interceptação, o ex-ministro diz que falou com Bolsonaro naquele dia e que o então presidente teria dito estar com “pressentimento” de que iriam atingi-lo por meio da investigação contra seu ex-auxiliar.
Ribeiro é investigado pelas suspeitas de crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência, num caso que abalou o discurso anticorrupção de Bolsonaro. O ex-ministro deixou o governo em março de 2022, uma semana após a Folha revelar um áudio em que ele dizia priorizar demandas de um dos pastores a pedido de Bolsonaro. Com informações do Política Livre.