Um homem morador em Charlotte County, na Flórida, Estados Unidos, morreu depois de ser infectado por “Naegleria fowleri”, mais conhecida como ameba “comedora de cérebro”. O Departamento de Saúde da Flórida no Condado de Charlotte divulgou um comunicado para alertar as pessoas sobre a infecção. A nota diz que o caso está relacionado às “práticas de lavagem sinusal utilizando água da torneira”.
“Uma investigação epidemiológica está sendo conduzida para entender as circunstâncias únicas desta infecção. Posso confirmar que a infecção, infelizmente, resultou em uma morte, e qualquer informação adicional sobre este caso é confidencial para proteger a privacidade do paciente”, destacou Jae Williams, secretário de imprensa do Departamento de Saúde.
O órgão informou, também, que a infecção “só pode acontecer quando a água contaminada com amebas entra no corpo pelo nariz”. Por isso, o Departamento de Saúde orientou que os moradores locais utilizem somente água destilada ou estéril para enxágue nasal. Já em 2020, o Departamento de Saúde da Flórida emitiu um alerta após a confirmação de que uma pessoa no condado de Hillsborough contraiu a ameba “comedora de cérebro”. Na Flórida, havia 37 contabilizados da infecção desde 1962.
Menino de 8 anos morreu em 2022 devido à infecção
Em agosto de 2022, os Estados Unidos registraram mais uma vítima fatal da “Naegleria fowleri”, que provocou a morte de Easton Scott Gray, um menino de 8 anos, no estado de Nebrasca, Meio Oeste do país. Dias antes de apresentar os sintomas, a criança havia nadado no Rio Elkhom.
A ameba “comedora de cérebros” sempre contamina suas vítimas em ambiente aquático, nos rios, lagos e até em piscinas que não sejam bem cuidadas, especialmente em águas quentes (de 35°C a 46°C). Uma vez no corpo, a “Naegleria fowleri” ataca o sistema nervoso central. A literatura médica mostra que os pacientes apresentam, inicialmente, dores de cabeça, vômitos e outros sintomas neurológicos, como convulsões ou perda significativa de atividade cerebral.
Dias depois, o quadro evolui para um grande edema (acúmulo de líquido) e inflamação encefálica, o que provoca uma severa compressão das estruturas cerebrais dentro da caixa craniana, resultando em um estado neurológico crítico. Há casos em que a necropsia encontrou nas vítimas da “Naegleria fowleri” necroses e hemorragias em áreas do cérebro, o que certamente contribuiu para a sua alcunha de “comedora de cérebros”.
Não há registro de casos no Brasil
Em tese, esse micro-organismo pode aparecer em qualquer lugar do planeta onde ocorram temperaturas mais elevadas durante algum momento do ano. No entanto, no Brasil, segundo os dados das autoridades federais de saúde, nunca foi registrado um episódio de contaminação pela “Naegleria fowleri”.
Nos poucos casos em que a vítima não morre em decorrência da infecção, os relatos médicos indicam que esses indivíduos ficam em situação de debilidade extrema, perdendo as capacidades cognitivas e motoras, além da visão e audição. Redação da Revista Fórum.