A semana foi polêmica com a possível instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar invasões de terras na Bahia e, consequentemente, abrir as páginas que não são divulgadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Um dos momentos mais tensos foi quando João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania do governo Jair Bolsonaro (PL) e atual presidente estadual do PL, criticou o chamado ‘Abril Vermelho’ MST e chamou o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) de mentiroso.
Isso porque em conversa com o site Política Livre, o principal líder do MST no estado defendeu o ‘Abril Vermelho’ e acusou o governo Bolsonaro de ter desaparelhado o Incra. João Roma então rebateu as críticas. “Isso é mentira. Em pouco mais de três anos do governo Bolsonaro titulamos mais pessoas do que foi feito nos últimos 30 anos de governo federal no Brasil. Essa é a solução do sucesso para a reforma agrária, porque quem tem o título da terra pode investir nela. O que o PT gosta de fazer é manipular o cidadão, deixá-lo dependente, levá-lo de um lugar para o outro estimulando que ele participe de invasões, quando tudo que ele quer é o direito à terra”, afirmou.
“O que se comenta é que o MST fica estimulando formas de pressionar o governo para obter cargos de comando dentro do Incra, como já aconteceu na Bahia, ao invés de estar atuando para emancipar cidadão. E eles sabem que terra invadida não pode, por lei, ser objeto de reforma agrária. Isso é ruim e pode gerar conflitos que ninguém quer, porque o fazendeiro, e não falo só dos grandes, não vai querer entregar de mão beijada tudo o que construiu com tanto sacrifício”, complementou João Roma. Coube a Valmir, ao PT e ao MST, a indicação do ex-vereador de Cruz das Almas e servidor do órgão Carlos Borges para a superintendência do Incra.
Para quem não sabe, o ‘Abril Vermelho’ marca a intensificação de ocupações de áreas rurais e órgãos públicos em referência ao massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, no Pará. Para Roma, os governos petistas no Brasil e na Bahia são lenientes com essas ações que geram insegurança jurídica e prejudicam o crescimento do país. “Temo sim um governo leniente com essas ações [em abril] e pior do que isso, um governo que, através dos seus agentes políticos estimula esse tipo de prática. Isso é ruim para o Brasil, e não falo apenas para o proprietário de terra, o produtor rural. É ruim porque gera insegurança jurídica e deprecia os ativos brasileiros. Quando a bolsa de valores cai, cada brasileira fica um pouco mais pobre. Essas invasões geram instabilidade”, disse João Roma a este Política Livre.
“Quem vem sustentando o Brasil é o agronegócio. Quando se tem um governo leniente, que permite as invasões, perdemos investimentos estruturais no segmento mais importante da nossa economia. Somos a favor da reforma agrária sim, mas o Incra precisa dar assistência às famílias, dar a titularidade das terras, e não ficar estimulando invasões ilegais”, acrescentou o ex-ministro. Jornal da Chapada com texto base do Política Livre.