Jair Bolsonaro (PL) sofreu uma derrota esmagadora em uma tentativa de seus advogados de frear – ou ao menos retardar – o processo que pode deixá-lo inelegível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ação, os advogados de Bolsonaro queriam que o presidente da corte, o ministro Alexandre de Moraes, fosse considerado parcial no julgado no processo sobre abuso de poder político no caso das lives do ex-presidente no Palácio do Planalto durante o período eleitoral.
A defesa cita o gesto de degola feito por Moraes durante sessão da corte em 27 de setembro de 2022. A imagem, que mostra Moraes passando o dedo no pescoço, foi usada por Carlos Bolsonaro (PL-RJ) nas redes sociais: “O que será que o Ministro Alexandre de Moraes quis dizer com esse gesto?”, indagou.
O gesto, no entanto, foi feito em tom de brincadeira a um funcionário da corte que demorava para passar uma informação ao ministro. Advogados de Bolsonaro alegavam que o gesto feito durante julgamento em que Moraes deu o voto de desempate contra processo movido pelo ex-presidente “indicou uma conduta que reflete uma ausência de imparcialidade” e “é apto a revelar comportamento processual legalmente inadmissível”.
No julgamento da ação no plenário virtual do TSE nesta segunda-feira (10), Bolsonaro foi derrotado por 7 a 0, com voto contrário até mesmo do ministro Kássio Nunes Marques, alçado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF). No meio jurídico, a derrota acachapante, com voto de Nunes Marques, mostra que a inelegebilidade de Bolsonaro é apenas uma questão de tempo. Redação da Revista Fórum com informações de Malu Gaspar, do jornal O Globo.