Rodrigo Machado de Oliveira, um barbeiro de 33 anos que nunca registrou passagens pela polícia, morador de Rondonópolis (MT), teve uma “ideia” para enriquecer. Não se sabe se por assistir demais a séries e filmes ficcionais, o homem “descobriu” que para conseguir alguns milhares de reais era só usar os conhecimentos que tinha para fabricar explosivos caseiros e então instalá-los numa empresa qualquer, exigindo depois dos donos o tal pagamento, que se não fosse feito resultaria na detonação, literalmente, de seus negócios.
Desta maneira, Rodrigo, que foi preso pela Polícia Civil mato-grossense na quarta-feira (12), contou que frequentou de forma discreta duas unidades do supermercado Tropical, nos bairros Vila Operária e Jardim Tropical, e nesses locais colocou explosivos em áreas de grande circulação das duas lojas. Depois, passou a telefonar para o serviço de atendimento ao consumidor da empresa, exigindo que R$ 300 mil em criptomoedas fossem transferidos para ele.
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No dia 4 deste mês, uma terça-feira, Rodrigo resolveu, então, detonar a primeira das bombas, na filial da Vila Operária, com a intenção de deixar claro aos empresários donos do supermercado que não estava para brincadeira. A detonação, feita com um controle remoto acionado pelo barbeiro, sentado numa moto a 70 metros do comércio, fez uma gôndola com mercadorias ir pelos ares e parte do teto do estabelecimento ruir, em pleno horário de funcionamento, deixando duas pessoas feridas, uma delas uma criança, em estado grave.
Entusiasta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Rodrigo contou à polícia que depois da primeira detonação “perdeu a vontade” de acionar o segundo explosivo e simplesmente abortou a “ideia” de seguir com a tentativa de extorsão. A esposa dele, em depoimento, afirmou que mostrou ao marido os vídeos que circulavam nas redes sociais, inclusive imagens da criança gravemente ferida. Segundo ela, que não sabia de nada, o barbeiro reagiu friamente com indiferença.
No plano criminoso de Rodrigo, os R$ 300 mil em bitcoins deveriam ser depositados numa plataforma denominada Mixer, que reúne milhares de carteiras de investidores desse tipo de criptomoeda, de vários países, o que dificultaria o rastreio por parte das autoridades policiais e fiscais. Preso, o acusado será indiciado pelos crimes de extorsão qualificada, com o agravante das lesões graves causadas nas vítimas, e explosão. As informações são da Revista Fórum.