No último mês, o influenciador digital Agenor Tupinambá, que vive em uma fazenda em Autazes, no Amazonas, ganhou os holofotes da imprensa e das redes sociais após ser multado pelo Ibama em R$ 17 mil reais por acusação de abuso, maus-tratos e exploração animal contra a capivara Filó, que teria resgatada de uma terra indígena e com o qual mantém o que define ser uma relação de “amizade”.
Após a história viralizar, o influenciador promoveu uma vaquinha virtual para bancar a multa e, após arrecadar cerca de R$ 70 mil, ele agora é acusado de ter usado da sensibilidade dos seguidores para adquirir um par de tênis avaliado em R$ 15 mil com o qual foi visto durante viagem a São Paulo. Ele nega as acusações e afirma que o calçado é um presente antigo dado por um amigo, mas este é um tema lateral.
Voltando à história da capivara Filó, Agenor alega que a resgatou em área próxima de terra indígena, onde os povos que lá vivem costumam caçar a espécie. Seu primo viveria perto dali. Ele visitava o local quando um grupo de caçadores havia abatido algumas capivaras, e uma delas estava grávida.
“Eles cortaram a barriga dela, a Filó nasceu e conseguiu sobreviver. Os índios nos deram ela”, contou. A história, bem como um apelo de que Agenor seria um humilde ribeirinho ou indígena tupinambá, contribuíram com o sucesso da sua vaquinha virtual e desencadearam uma série de reações negativas por parte de pessoas ligadas ao Ibama, à causa indígena e ao próprio povo Tupinambá, do qual o fazendeiro não pertence mesmo tendo tal sobrenome.
“Enquanto ele compra tênis de R$ 15 mil, nós lutamos contra destruição do nosso território”, afirmou Ângelo Tupinambá, um membro genuíno daquele povo, com exclusividade à Revista Fórum. Então fica a dúvida: se o influenciador não é um Tupinambá, por que levaria tal sobrenome?