O comércio varejista baiano expandiu suas vendas em 0,7% em março de 2023 frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. No cenário nacional, na mesma base de comparação, os negócios cresceram 0,8%. Na relação a igual mês do ano anterior, a ampliação nas vendas foi de 6,1% e 3,2% para a Bahia e o Brasil, respectivamente.
No trimestre, as taxas também foram positivas em 3,6% e 2,4% tanto no âmbito estadual, como no federal. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – realizada em âmbito nacional – e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
O comportamento das vendas, em março, se deve a valores mais altos para o Novo Bolsa Família em vigor a partir de março com o pagamento de R$ 600,00 e mais R$ 150,00 por crianças de até seis anos e das contrações formais de mão de obra com menor nível de escolaridade nos setores de serviços e construção civil. Esses fatores resultaram numa melhora da percepção da situação atual e das expectativas para os próximos meses.
Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV) o índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 2,5 pontos em março, passando para 87,0. Entretanto, o cenário econômico ainda é incerto dado às altas taxas de juros, resiliência da incerteza e desaceleração do mercado de trabalho, bem como elevados níveis de endividamento e inadimplência no mercado.
Atividade
Por atividade, em março de 2023, os dados do comércio varejista do estado baiano, quando comparados aos de março de 2022, revelam que cinco dos oito segmentos que compõem o indicador do volume de vendas registraram comportamento positivo. O crescimento nas vendas foi verificado nos segmentos de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (44,2%), Combustíveis e lubrificantes (24,4%), Tecidos, vestuário e calçados (12,5%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,1%), e Móveis e eletrodomésticos (0,4%).
Os demais segmentos registraram comportamento negativo, são eles: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-8,8%), e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,9%). No que diz respeito aos subgrupos, verificam-se que as vendas de Hipermercados e supermercados e Eletrodomésticos cresceram 5,4% e 4,6%, respectivamente. Já a de Móveis recuou em 3,0%.
Na série sem ajuste sazonal, o segmento de Combustíveis e lubrificantes, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, e Tecidos, vestuário e calçados registraram as maiores influências positivas para o setor. O comportamento do primeiro pode ser atribuído ao aumento de fluxos de veículos em circulação, a despeito da pressão dos preços, dado ao retorno das atividades escolares.
O segundo tem no abrandamento dos preços praticados na atividade a sua principal explicação, já que comercializam produtos de primeira necessidade. Já o terceiro foi influenciado pela desaceleração dos preços verificados no ramo. Segundo os dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou nos meses de fevereiro e março de 2023, para o item vestuário taxas de -0,49% e -0,78%, respectivamente, em Salvador/BA.
Por outro lado, a influência negativa para o setor veio do comportamento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico. Esse ramo engloba diversos segmentos como lojas de departamento, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, etc., que comercializam, principalmente, produtos de menor valor agregado, sendo influenciado pelo comprometimento na renda do consumidor.
O segmento Veículos, motos, partes e peças registrou expansão de 7,6% nas vendas em relação à igual mês do ano anterior. Nesse mês, o segmento volta a crescer, após onze meses em queda. Para a análise dos últimos 12 meses a taxa foi positiva em 19,9%. As informações são de assessoria.