A professora Samantha Christine Soares Gurgel foi flagrada em gravação aos berros, ameaçando e depreciando alunos de uma escola para alunos especiais do Guará, região administrativa do Distrito Federal.
A mãe da vítima conta que, após desconfiar do comportamento de seu filho, menino de 11 anos portador de Transtorno do Espectro Autista (TEA), resolveu colocar um tablet gravando o dia do garoto, desde o transporte escolar até a volta para casa.
“O tablet ficava dentro de um saquinho, enrolado em um casaco e dentro da mochila. Ainda assim, os gritos parecem que estão no ouvido. Imagina uma criança que é especial ouvindo essas gritarias”, revoltou a mãe.
Segundo a mãe, ela começou a desconfiar do comportamento do filho, que sempre gostou de ir para a escola e, de uma para a outra passou a não querer frequentar mais as aulas. “No horário de ir para aula, ele fica se mordendo e se automutilando”, afirma. Ela contou, também, que o filho voltava todos os dias para casa sujo de urina e fezes.
“Essa loucura”
Na gravação, a professora chega a dizer às crianças para não começar com “essa loucura”. Gritando, ela ameaça que eles vão “ver o que é bom para tosse”‘. A turma em questão tem apenas quatro crianças. Duas professoras são responsáveis pelos alunos.
No áudio, a professora questiona se a criança autista, que tem dificuldades de comunicação, estaria morta. “Tá morto? Mexe a boca para falar”, ouve-se no áudio. Choros de crianças também são claramente perceptíveis nas gravações.
➡️Terror e humilhação
Professora deprecia e ameaça alunos especiais em escola do DF
Desconfiada que o filho pudesse ser vítima de maus-tratos, mãe usou tablet para gravar o dia do menino, e registrou os gritos da professora
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— Metrópoles (@Metropoles) July 5, 2023
A família registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que investiga a denúncia contra a professora, por maus-tratos. Um registro também foi feito no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), ao Conselho Tutelar e diretamente ao gabinete da secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.
A secretaria de Educação
A Secretaria de Educação confirmou que há uma investigação em curso na Corregedoria do GDF sobre o comportamento da professora em sala de aula, e que “adotará todas as medidas cabíveis, podendo, inclusive, no curso da apuração, promover o afastamento da servidora, nos termos da Lei Complementar nº 840/2011”. Um novo professor já se encontra em sala de aula.
Veja a nota da Secretaria de Educação na íntegra:
A Secretaria de Educação do DF informa que recebeu a demanda por meio da Ouvidoria da Pasta, que já realiza as tramitações dentro do prazo legal estabelecido. A Pasta informa ainda que o caso será devidamente apurado pela Corregedoria.
De acordo com a Coordenação Regional de Ensino do Guará, a referida professora está afastada e um novo professor já se encontra em sala de aula.
A SEEDF reforça o compromisso e empenho na busca por elementos que permitam o esclarecimento dos fatos, bem como todo o suporte para os estudantes.
Questionada sobre o motivo do afastamento, a Secretaria de Educação respondeu com a seguinte nota:
A Secretaria de Educação do DF informa que a professora encontra-se afastada por motivo de licença médica, mas o caso já está sendo apurado pela Corregedoria, que adotará todas as medidas cabíveis, podendo, inclusive, no curso da apuração, promover o afastamento da servidora, nos termos da Lei Complementar nº 840/2011. Revista Fórum com informações do site Metrópoles.