Deputados do Partido Liberal (PL), legenda que tem como origem o ex-presidente Jair Bolsonaro, protagonizaram uma polêmica intensa em um grupo de WhatsApp da bancada. Mensagens obtidas pelo jornal O Globo, que foram confirmadas por cinco dos envolvidos, expuseram xingamentos, acusações e até mesmo ameaças de saída do partido. A controvérsia surge três dias após a votação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, na qual os parlamentares do PL se dividiram, gerando tensões internas.
A troca acalorada no grupo teve início quando Vinícius Gurgel (PL-AP) começou a reclamar sobre a perseguição que os 20 parlamentares favoráveis à reforma estariam sofrendo nas redes sociais. Gurgel foi um dos membros do partido que apoiaram a proposta. Durante a discussão, expressões como “melancias traidores” e “extremistas” foram utilizadas, revelando as profundas divisões internas da legenda. O líder do PL, Altineu Côrtes (PL-RJ), decidiu bloquear o grupo após a acirrada discussão.
A situação expõe as tensões e divergências dentro do Partido Liberal em relação à votação da Reforma Tributária e sua relação com as posições extremistas de Jair Bolsonaro. Com 99 deputados, o PL se tornou a maior bancada da Câmara dos Deputados após a filiação em massa de aliados do ex-presidente. Na votação em primeiro turno da proposta de alteração do sistema de impostos no país, o partido registrou 20 votos favoráveis, enquanto 75 foram contrários. Diante desse cenário, alguns parlamentares favoráveis à reforma cogitam buscar a Justiça para deixar o partido sem infringir a regra de fidelidade partidária, porém, constituem uma minoria dentro da legenda.
A polêmica no grupo de WhatsApp evidencia os desafios enfrentados pelo Partido Liberal em manter sua unidade diante das diferentes perspectivas políticas e das pressões externas. A controvérsia revela as profundas divisões internas da legenda, que agora enfrenta o desafio de conciliar as demandas do governo atual com as opiniões divergentes dentro de suas fileiras. Com informações do Brasil 247.