Foi preso na última sexta-feira (14), em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, o padre Airton Freire, de 63 anos. Ele é suspeito de ter liderado o estupro contra a personal stylist Sílvia Tavares, em agosto de 2022.
Segundo a vítima, o motorista e segurança do padre, Jailson Leonardo da Silva, de 36 anos, a forçou a ter uma relação sexual com ele a pedido do religioso, que presenciava a cena enquanto se masturbava. Ela diz que o crime aconteceu dentro do terreno da Fundação Terra, fundada pelo padre.
Os advogados que representam o padre Airton Freire afirmam que foram surpreendidos com a prisão preventiva do sacerdote e que entrarão com um pedido de habeas corpus. A defesa alega que o feito é totalmente contrário às condições previstas em lei e que padre Airton sofre sérias restrições de saúde.
“O padre jamais estimulou ou insuflou movimentos, de modo a não causar comoção social ou desordem pública e agiu de boa-fé ao concordar em se apresentar espontaneamente à Justiça após a decretação da prisão, sem criar mecanismos de retardamento do cumprimento da ordem legal”, afirma a nota dos advogados Mariana Carvalho e Marcelo Leal.
Ainda de acordo com a defesa, desde que se afastou das funções eclesiásticas e da presidência da Fundação Terra, o sacerdote estava isolado em sua residência, “de forma a não interferir nas investigações”.
Relembre o caso
Sílvia Tavares afirmou ter sido abusada sexualmente pelo motorista do padre Airton, em agosto de 2022, e que o denunciou à polícia três meses depois.
Ela relatou que conheceu o religioso em 2019 e que costumava frequentar retiros espirituais organizados por ele. A personal destacou que em um desses encontros foi chamada pelo sacerdote para ir a uma casa isolada, na Fazenda Malhada, em Arcoverde (PE).
Disse, ainda, que Airton teria mandado mensagem pedindo sua presença na “casinha”, onde ficam os aposentos do padre. Ao chegar, observou que ele estaria deitado e teria pedido para ela fazer uma massagem.
Sílvia destacou que o padre teria dito: “Posso te pedir um favor? Me faça uma massagem”. “E eu, na maior inocência do mundo, aceitei, porque todo mundo considerava ele um santo, inclusive eu. Foi quando comecei a dar a massagem. Ele tava sem camisa e, quando desci um pouco a mão pelas costas dele, percebi que ele estava nu. Simplesmente dei um pulo e o outro homem [o motorista] colocou uma faca em mim. Fiquei imobilizada porque ele [o motorista] me deu uma gravata e botou a faca. Ele [o padre] disse ‘tire a roupa’ e pediu para o outro [o motorista] tirar a roupa. Ele pegou um lençol de seda e foi para uma cadeira, sentou nu e ficava ordenando tudo”, afirmou, também em entrevista ao UOL.
A personal apontou, ainda, que o padre mandou o motorista estuprá-la e que ele teria assistido à cena enquanto se masturbava. “Não fui estuprada por uma pessoa estranha, foi de alguém que eu amava, um homem que eu considerava como um pai”. Além disso, afirmou ter sido ameaçada pelo sacerdote. “A única coisa que eu quero é que esses dois canalhas sejam presos”, destacou. Revista Fórum com informações da Folha Pernambuco.