O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu nesta quarta-feira (23) ter enviado ao empresário Meyer Nigri uma mensagem que sugeriu, sem apresentar provas, a ocorrência de fraude por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022.
“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021], eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse o ex-presidente à Folha de S. Paulo durante um voo de Brasília a São Paulo.
Bolsonaro afirmou que não era membro do grupo de empresários para o qual a Polícia Federal (PF) alega que Meyer Nigri repassou a mensagem. No entanto, ele será ouvido pela PF em relação à disseminação do conteúdo. A data da oitiva foi agendada para o dia 31 deste mês, na sede da instituição em Brasília. “Eu vou lá explicar”, disse ele à Folha de S. Paulo.
Entenda a investigação
De acordo com as apurações conduzidas pela PF, há indícios de que Bolsonaro tenha solicitado o compartilhamento de mensagens que tratavam de supostas fraudes nas eleições e criticavam autoridades.
Uma das conversas examinadas pela PF revelou que Bolsonaro requisitou a um empresário que “repassar ao máximo” uma mensagem que levantava suspeitas, sem apresentar provas, sobre uma possível fraude promovida pelo TSE nas eleições do ano passado. Além disso, a mensagem continha críticas direcionadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
O conteúdo está registrado em um relatório da PF que trata de diálogos do empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e que foi compartilhado com ele em junho do ano passado. Bolsonaro costumava enviar a mesma mensagem a várias pessoas, sugerindo que o texto pode ter sido encaminhado a outros contatos. Jornal da Chapada com informações do Terra.