No mês em que é comemorado o Dia do Estudante (11 de agosto), ex-alunos de escolas públicas falam da importância da escola pública para as suas formações humana e profissional. Além de relembrar antigas memórias das vivências enquanto estudantes, eles também destacam o sentimento de pertencimento a esses espaços de aprendizado, desenvolvimento intelectual, amadurecimento e de construção de laços afetivos com colegas, professores, gestores e funcionários que fizeram parte de suas vidas escolares.
Dentre os ex-alunos está o jornalista e escritor Jean Wyllys, doutorando em Ciência Política, na Universidade de Barcelona e pesquisador no Alari at Hutchins Center de Harvard. Ele estudou na Escola Municipal Dr. Geraldo Leal, na Escola Estadual Maria José Bastos Silva e no Colégio Polivalente de Alagoinhas. Depois do Ensino Médio em uma escola filantrópica, fez graduação e mestrado na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
“Eu tenho o maior orgulho de continuar sendo estudante e de, sobretudo, ter sido aluno de escola pública, pois foi fundamental para me transformar no que eu sou hoje. Agradeço a todas professoras e todos professores que participaram dessa trajetória. Peço a todos os estudantes que tenham orgulho de ser estudante, principalmente das escolas públicas. Preservem e valorizem a escola pública gratuita e de qualidade”, disse.
O também jornalista Ricardo Ishmael, que atua como apresentador da TV Bahia e é autor de livros infantojuvenis, se define como “cria da escola pública com muito orgulho”. Ele fez o antigo primário no Grupo Escolar Leobino Cardoso Ribeiro e o antigo ginásio no Colégio Estadual Rubem Nogueira, em Serrinha. A sua formação acadêmica também passa pela universidade pública, com o curso de Licenciatura em História, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), e Comunicação Social, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), em Vitória da Conquista.
“A escola pública transforma, modifica vidas e eu acho que, modestamente, sou um pouco deste exemplo. Então, vamos lembrar do ENEM, pois é fundamental que os estudantes estejam preparados para enfrentar essa maratona de provas que está vindo aí e desejo boa sorte”, incentivou. O ator Lázaro Ramos falou das lembranças e do sentimento pelo Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) em Saúde Anísio Teixeira, onde estudou, em Salvador.
“Falar do Anísio Teixeira para mim é sempre motivo de muita alegria, porque foi o colégio que, junto com outras manifestações culturais e educacionais de Salvador, me deu régua e compasso para seguir na minha vida na educação que eu recebi, da mediação da relação entre as pessoas e da minha autoestima. Na época, foi o lugar que eu encontrei um palco para me expressar artisticamente, encontrei professores que me acolheram e gincana, que é uma das atividades dentro da escola que, além de divertir, também ensina. As minhas memórias do Anísio ficaram para sempre. Lembro de rostos, situações, lutas e, principalmente, vitórias no campo educacional. O Anísio permanecer de pé é motivo de a gente celebrar e de a gente pedir e torcer para que ele seja cuidado para continuar sendo um tempo de educação”.
O egresso do curso de Ciências Contábeis da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e atual diretor de fiscalização do Banco Central do Brasil (BCB), Ailton Aquino dos Santos, não esconde a satisfação por ter sido aluno de escolas públicas. “Eu sou produto da escola pública e cheguei no posto de diretor de fiscalização sempre estudando em escolas públicas. Desde a minha infância, em Jequié, estudei no Colégio Polivalente, no IERP, que hoje é o Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) em Gestão e Tecnologia da Informação Régis Pacheco e na UNEB. Sem a escola pública, eu não estaria sentado neste posto de tão relevância para o país, com o qual a gente pode contribuir tanto para a área econômica, como também para a estabilidade. Só a escola pública transforma a realidade dos mais pobres neste país”, salientou.
Ailton também deixou um recado especial para o estudante de escolas públicas. “Gostaria de deixar algo importante: a autonomia. Não fique apenas com o ensinamento da aula. Vá além, pois acho que deve ter uma dedicação também do estudante em querer se transformar”, finalizou. Outra personalidade que também estudou em escola pública é a ministra da Cultura, Margareth Menezes. A cantora e compositora baiana estudou no Colégio Estadual Luiz Tarquínio, localizado no bairro de Boa Viagem, em Salvador. As informações são de assessoria.